Os transplantes de órgãos representam um dos avanços mais significativos da medicina moderna, salvando milhares de vidas a cada ano. Nesse sentido, a Espanha continua a fazer a diferença globalmente, enquanto países como Uruguai, Argentina e Brasil demonstram progressos notáveis, especialmente na doação de órgãos não cardíacos.
Espanha: Um Modelo Global
Em 2024, a Espanha se posicionou novamente como líder indiscutível em transplantes, com uma taxa de mais de 54 doadores por milhão de habitantes e 6.463 transplantes realizados. Isso representa 5% dos doadores globais, apesar de o país representar apenas 0,6% da população mundial. Seu sucesso se baseia em um sistema de saúde eficiente, uma organização especializada em transplantes e uma sociedade amplamente comprometida com a doação.
Um dos marcos que distinguem o país é sua liderança na doação por assistolia, técnica que permite o uso de órgãos de pessoas cujos corações pararam de bater. Esse método, mais complexo do que a doação em caso de morte encefálica, expandiu significativamente a disponibilidade de órgãos.
América Latina em ascensão
Na região, o Uruguai foi classificado como o país com maior atividade de doação, enquanto a Argentina se destacou como líder em doação por assistolia, com 36 doadores em 2024. O Brasil, por sua vez, obteve avanços significativos graças às melhorias em seu sistema de transplante, beneficiando milhares de pacientes.
No total, a América Latina atingiu 6.023 doadores falecidos e realizou 17.432 transplantes de órgãos em 2024, números que refletem um compromisso crescente com esta causa.
A Europa e o Desafio da Demanda:
A União Europeia registrou um recorde de 32.222 transplantes em 2024, mas ainda tem 52.538 pessoas na lista de espera. Isso mostra que, apesar do progresso, a demanda por órgãos supera em muito a oferta, representando um desafio urgente para a região.
Olhando para o Futuro:
O exemplo da Espanha, somado aos esforços dos países latino-americanos, demonstra que é possível aumentar as taxas de doação e transplante por meio de um sistema de saúde forte , uma organização eficiente e uma sociedade comprometida. O desafio agora é globalizar esse modelo, promover a educação sobre doação e reduzir a lacuna entre a oferta e a demanda de órgãos para salvar mais vidas nos próximos anos.