MADRI, 18 (EUROPA PRESS)
O governo russo rejeitou novamente uma possível mobilização de tropas da OTAN na Ucrânia na segunda-feira, depois que a chamada Coalizão dos Dispostos, criada para apoiar militarmente Kiev, "ressuscitou a ideia" de mobilizar um contingente militar no caso de um acordo de cessar-fogo.
"Reafirmamos nossa rejeição categórica a qualquer cenário que envolva o surgimento na Ucrânia de um contingente militar com a participação de países da OTAN, o que levaria a uma escalada descontrolada do conflito com consequências imprevisíveis. As declarações sobre o assunto de alguns países europeus, incluindo o Reino Unido, refletem essencialmente suas aspirações abertamente provocativas e predatórias", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Em uma declaração publicada pelo ministério diplomático em seu site, Zakharova criticou o fato de a Coalizão dos Dispostos, liderada pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer e pelo presidente francês Emmanuel Macron, ter feito essa declaração neste fim de semana, enquanto o ministro da Defesa britânico, John Healey, "declarou diretamente sua disposição de enviar tropas para a Ucrânia".
"Contra o pano de fundo do desejo genuíno demonstrado pelas lideranças russa e norte-americana em Anchorage, Alasca, por uma solução abrangente, justa e sustentável para o conflito em torno da Ucrânia, incluindo, entre outras coisas, o enfrentamento de suas causas profundas, declarações continuam a sair de Londres que não apenas discordam dos esforços de Moscou e Washington, mas também visam claramente miná-los", disse ele.
Nesse sentido, ele sustentou que "o papel britânico no fomento do conflito na Ucrânia é bem conhecido", ressaltando que Londres "não escondeu o fato de considerar este país apenas como um instrumento geopolítico contra a Rússia". "Londres está obcecada pelo desejo de aumentar constantemente as apostas no conflito e está levando os parceiros da OTAN a um abismo perigoso, além do qual um novo conflito global não está distante", afirmou.
"Essas tiradas belicosas, que na realidade são um incitamento cínico à continuação dos combates, apenas confirmam que Londres não está interessada em resolver a situação, mas sim fazendo todo o possível para prolongar o derramamento de sangue. Com sua política, os britânicos simplesmente não dão a Kiev a oportunidade de encerrar o conflito por meio de negociações e, por hábito, com arrogância e autoconfiança, prolongam o sofrimento do povo ucraniano", disse ele.
Por fim, ele considerou que é "improvável" que as autoridades britânicas "sejam capazes de compreender a plena responsabilidade que assumem arbitrariamente, bem como as consequências potencialmente catastróficas da política destrutiva que adotaram para a segurança internacional e regional", e, por isso, apelou para que "abandonem táticas geopolíticas arriscadas e imprudentes".