BRUXELAS, 17 (EUROPA PRESS)
A Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas, avaliou positivamente a cúpula realizada nesta sexta-feira no Alasca entre os líderes norte-americano e russo, Donald Trump e Vladimir Putin, embora tenha afirmado que o presidente russo não encerrará a guerra na Ucrânia "tão cedo".
"A dura realidade é que a Rússia não tem intenção de encerrar esta guerra tão cedo. Enquanto as delegações se reuniam, a Rússia lançou novos ataques contra a Ucrânia . Putin continua a prolongar as negociações e espera conseguir o que quer. Ele deixou Anchorage sem se comprometer a pôr fim à matança", disse o chefe da diplomacia europeia em declarações à Europa Press.
Nesse sentido, Kallas instou o governo Trump a "forçar a Rússia a negociar seriamente", afirmando que os Estados Unidos têm o "poder" para isso. "A UE trabalhará com a Ucrânia e os EUA para impedir que a agressão russa tenha sucesso e para garantir que a paz seja sustentável", afirmou o político estoniano.
Líderes da União Europeia se coordenaram com o presidente Trump antes da reunião bilateral no Alasca, de acordo com Kallas, uma reunião que terminou sem nenhum anúncio importante sobre a Ucrânia, embora vários meios de comunicação tenham relatado que Putin havia feito da retirada das forças ucranianas da região de Donbass — que inclui as províncias de Donetsk e Luhansk — uma condição para uma paz futura.
A Alta Representante reiterou o apoio da UE à Ucrânia e indicou que estão trabalhando em um novo pacote de sanções contra a Rússia. "Moscou não encerrará a guerra até perceber que ela não pode continuar", afirmou.
Ele também não cogita mudanças na segurança europeia depois que Trump e Putin defenderam medidas de segurança para a Ucrânia fora da OTAN durante a reunião no Alasca. Kallas definiu a guerra como consequência da "política externa imperialista da Rússia" e não um "desequilíbrio imaginário na arquitetura de segurança europeia".
Vários líderes europeus — incluindo Macron, Merz e Starmer — enfatizaram sua "solidariedade inabalável" com a Ucrânia no sábado e ofereceram seu apoio à organização de uma reunião tripartite que também incluiria o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Da mesma forma, convocaram para este domingo uma nova reunião da chamada Coalizão dos Dispostos, que reúne cerca de trinta países aliados da Ucrânia, incluindo a Espanha. A nova reunião está programada para discutir os últimos acontecimentos, incluindo a cúpula de sexta-feira no Alasca e a viagem de Zelensky a Washington na próxima segunda-feira.