Ao chegar aos Estados Unidos, Zelensky sugere que não desistirá da Crimeia: "Assim como os ucranianos não desistiram de Kiev, Odessa ou Kharkiv depois de 2022."
MADRI, 18 (EUROPA PRESS)
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que a devolução da península da Crimeia — anexada pela Rússia em 2014 — e a adesão da Ucrânia à OTAN estão fora de questão, na véspera de seu encontro com seu colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, onde discutirão as questões discutidas durante a cúpula da última sexta-feira no Alasca com o presidente russo, Vladimir Putin.
"Lembrem-se de como tudo começou. Vocês não vão recuperar a Crimeia que (o ex-presidente Barack) Obama lhes deu (12 anos atrás, sem disparar um tiro!), e a Ucrânia não poderá se juntar à OTAN. Algumas coisas nunca mudam!", afirmou ele em sua rede social Truth, em uma breve mensagem na qual observou que "Zelensky pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando".
Pouco depois, Trump usou a mesma plataforma para celebrar que "amanhã é um grande dia na Casa Branca". "Nunca vimos tantos líderes europeus juntos. É uma grande honra recebê-los!", acrescentou, antes da chegada prevista a Washington, D.C., da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e dos líderes da Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Finlândia, além do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que acompanhará Zelensky.
Por sua vez, o presidente ucraniano, que confirmou sua chegada a Washington, DC, declarou por meio de seu canal no Telegram que "todos nós desejamos igualmente acabar com esta guerra de forma rápida e segura".
"E a paz deve ser duradoura. Não como anos atrás, quando a Ucrânia foi forçada a ceder a Crimeia e parte do nosso leste, parte do Donbass, e Putin simplesmente usou isso como trampolim para um novo ataque. Ou quando a Ucrânia recebeu supostas "garantias de segurança" em 1994, mas elas não funcionaram", argumentou, antes de sustentar que "não valia a pena ceder a Crimeia naquela época, assim como depois de 2022 os ucranianos não cederão Kiev, Odessa ou Kharkiv".
Nesse sentido, ele reiterou que "os ucranianos estão lutando por suas terras, por sua independência" e expressou esperança de que "nosso relacionamento com os Estados Unidos e nossos amigos europeus forçará a Rússia a alcançar a verdadeira paz".
"Estou confiante de que protegeremos a Ucrânia e garantiremos efetivamente sua segurança, e nosso povo sempre será grato ao presidente Trump, a todos nos Estados Unidos e a todos os seus parceiros por seu apoio e assistência inestimável", disse ele.
A troca de declarações ocorre dias após a reunião no Alasca entre Trump e seu homólogo russo, sem anúncios concretos sobre uma trégua na Ucrânia. No entanto, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, anunciou neste domingo que havia chegado a um acordo com o Kremlin para fornecer "fortes garantias de segurança" à Ucrânia no caso de um hipotético acordo de paz com Moscou, e que o país receberia um status de proteção muito semelhante ao que receberia se fosse membro da OTAN.