RD Congo - O M23 suspende negociações de paz com o governo congolês após denunciar uma ofensiva em Kivu do Sul.

por 18 de agosto de 2025

O grupo armado acusa Kinshasa de violar os termos acordados no Catar, onde as negociações deveriam ser retomadas na segunda-feira.

MADRI, 19 (EUROPA PRESS)

A milícia Movimento 23 de Março (M23) suspendeu as negociações de paz com o governo congolês, decisão tomada nesta segunda-feira, quando as duas partes deveriam retomar as negociações em Doha, capital do Catar, e após acusar Kinshasa na véspera de ter lançado uma ofensiva "mortal" na província de Kivu do Sul, o que representaria uma nova violação da declaração preliminar de paz adotada por ambas as partes em meados do mês passado.

porta-voz da Aliança do Rio Congo — o braço político do grupo armado — confirmou a decisão ao serviço dos Grandes Lagos da BBC, afirmando que representantes do M23 não estão na capital do Catar e afirmando que as autoridades congolesas "não querem a paz".

O anúncio foi feito dias após o grupo apoiado por Ruanda relatar que "as forças da coalizão do regime de Kinshasa lançaram uma ofensiva mortal contra áreas densamente povoadas de Nzimbira, Kanyola e áreas vizinhas desde as primeiras horas de domingo, 17 de agosto de 2025, usando artilharia pesada e drones suicidas".

O M23 controla as capitais provinciais de Kivu do Norte e do Sul, Goma e Bukavu há meses, em meio a um longo conflito com as autoridades congolesas que desencadeou o êxodo de centenas de milhares de pessoas da área.

O exército congolês não comentou o assunto, mas a sociedade civil acusa rotineiramente as milícias conhecidas como Wazalendos, grupos paramilitares afiliados às autoridades, de continuarem a participar do combate contra o M23, apesar da declaração do Catar.

Desde a assinatura da chamada declaração preliminar de paz em 19 de julho no Catar, ambos os lados se culpam mutuamente por quebrar os princípios acordados para pôr fim a um dos conflitos mais sangrentos do continente africano.

Soma-se a isso a atividade de outras milícias locais, começando sobretudo pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF), ligadas ao Estado Islâmico e caracterizadas por sua extrema brutalidade. No último fim de semana, elas atacaram a cidade de Oichi, em Kivu do Norte, deixando pelo menos nove mortos, três deles queimados vivos.

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