RDC - O governo congolês protesta contra o Quênia pela nomeação de um cônsul para Goma, ocupada pelas milícias do M23.

por 16 de agosto de 2025

Kinshasa denuncia mais uma vez outro ato implícito de reconhecimento de Nairóbi em relação ao grupo armado.

MADRI, 16 (EUROPA PRESS)

O governo da República Democrática do Congo (RDC) protestou neste sábado contra a decisão do Quênia de nomear um cônsul-geral para a cidade de Goma, capital da província congolesa de Kivu do Norte, sob o controle da milícia Movimento 23 de Março (M23). O governo de Kinshasa denunciou a decisão como uma nova manobra das autoridades de Nairóbi para legitimar o grupo armado.

O presidente queniano William Ruto anunciou ontem Judy Kiara Nkumiri como sua representante diplomática em Goma, uma decisão que mais uma vez gerou protestos do governo congolês, a exemplo do que já havia acontecido em dezembro de 2023, quando Nairóbi foi palco da inauguração da Aliança do Rio Congo (AFC), considerada o braço político do M23.

Na sua resposta publicada neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores congolês denunciou inicialmente que não tinha recebido notificação desta nomeação "através dos canais diplomáticos estabelecidos", antes de lembrar que "a cidade de Goma continua sob ocupação ilegal do M23/AFC".

O Ministério também observa que vem denunciando há meses uma campanha de atrocidades cometidas por milícias contra a população da cidade, "conforme amplamente documentado em um relatório recente do Grupo de Peritos das Nações Unidas e do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos".

"Qualquer anúncio sobre a nomeação de um cônsul em Goma é particularmente inapropriado e não deve ser considerado sem a aprovação das autoridades congolesas", concluiu o Ministério.

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