Tether UTE: UTE corta fornecimento, gerando polêmica sobre dívida

por 18 de setembro de 2025

UTE corta fornecimento da Tether: Chaves para o caso Tether UTE

A empresa de criptomoedas Tether está sem energia no Uruguai desde 25 de julho, quando a UTE decidiu suspender o serviço por falta de pagamento e por exceder o prazo de garantia. A medida afeta instalações vinculadas a projetos que a empresa estava desenvolvendo nos departamentos de Flores e Flórida.

De acordo com uma investigação jornalística publicada pelo Búsqueda e replicada por outros veículos de comunicação, a paralisação ocorreu após a dívida acumulada exceder a garantia prestada pela empresa; o valor devido gira em torno de US$ 4,8 a 5 milhões, sem incluir multas e sobretaxas. Esse saldo pode ter motivado a decisão operacional da estatal.

A empresa, que opera por meio de uma subsidiária local chamada Microfin, havia entrado em negociações com a concessionária de serviços públicos para definir os termos de uma possível nova linha de crédito e uma redução tarifária, segundo fontes citadas pelo veículo de notícias. Nesse contexto, os pagamentos foram cortados e as reivindicações financeiras foram combinadas com discussões técnicas sobre tarifas e garantias.

Fontes oficiais e a própria agência estatal explicaram que a interrupção do fornecimento se deveu a razões administrativas: quando a dívida ultrapassa o valor da garantia, a UTE pode proceder ao corte para proteger o patrimônio coletivo. No caso em questão, o valor acumulado e as sucessivas notificações não teriam sido suficientes para resolver a disputa.

A magnitude da dívida e o status da Tether como participante significativo em projetos locais levantaram questões sobre o impacto econômico e regulatório. Os projetos planejados e os empregos associados a esses empreendimentos foram suspensos enquanto as negociações entre as partes avançam, incluindo a possibilidade de renegociação da tarifa e atualização das garantias.

A presença de figuras públicas em conselhos corporativos adicionou um tom político ao caso: o ex-senador Juan Sartori está entre os nomes ligados à empresa, gerando repercussão nos círculos políticos e midiáticos. Essa informação intensificou o interesse no escopo e na supervisão dos investimentos.

Instalações afetadas após a UTE cortar o Tether devido a uma dívida multimilionária.
A UTE cortou o fornecimento de energia da Tether UTE devido a uma dívida de quase US$ 4,8 milhões; a empresa está negociando garantias para restaurar a energia.

Para a UTE, o episódio ressalta a tensão entre a aplicação de regras uniformes de cobrança e a manutenção de relacionamentos com grandes clientes industriais ou estratégicos. Da perspectiva da concessionária de energia elétrica, manter garantias para cobrir o fornecimento de alto consumo é uma condição de prudência financeira; da perspectiva do investidor privado, no entanto, a negociação tarifária e a segurança jurídica são elementos centrais nas decisões de investimento.

O caso também levanta questões sobre a regulamentação do consumo de energia em atividades intensivas, como a mineração de criptomoedas, e a capacidade do país de atrair projetos que exijam tarifas competitivas sem comprometer a estabilidade financeira do serviço público. Analistas do setor alertam que a coexistência com projetos de alto consumo exige regras claras e mecanismos de fiscalização.

O que vem a seguir? As alternativas variam desde um acordo de pagamento e a restauração gradual do fornecimento até processos judiciais ou a busca por garantias adicionais. Enquanto isso, as autoridades locais e a empresa continuarão as discussões para tentar evitar que a disputa se agrave e afete os fornecedores ou a comunidade.

O episódio da Tether UTE serve como exemplo: coloca a chegada de projetos de criptomoedas de grande porte com alto consumo de energia sob pressão política, regulatória e técnica. A forma como a situação for resolvida definirá o roteiro para futuros investidores que buscam o Uruguai como plataforma regional.

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