MADRI, 20 (EUROPA PRESS)
Na quarta-feira, o Ministério da Defesa de Israel deu aprovação final a um controverso plano de assentamento na Cisjordânia — que prevê a construção de 3.400 casas e a separação de Jerusalém Oriental — o que praticamente elimina o "engano" da solução de dois Estados, nas palavras de um de seus proponentes, o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich.
"O Estado palestino está sendo varrido da mesa não com slogans, mas com ações. Cada assentamento, cada bairro, cada casa é mais um prego no caixão dessa ideia perigosa", comemorou Smotrich, que faz parte de um dos setores mais reacionários de um governo israelense já de extrema direita.
Este controverso plano de desenvolvimento urbano abrange aproximadamente doze quilômetros quadrados — conhecido como Zona E1 — e conecta Jerusalém Oriental ao assentamento de Maale Adumim. O plano é dobrar sua população, com até 35.000 novos moradores nos próximos anos, por meio da expansão do bairro de Tzipor Midbar.
Sua construção dividiria a Cisjordânia em duas, uma no norte e outra no sul, tornando a criação de um estado palestino conectado quase impossível, como o próprio Smotrich comemorou há uma semana quando apresentou o plano, agora aprovado por um comitê do Ministério da Defesa.
Este é, insistiu Smotrich, "um passo significativo que praticamente apaga o engano dos dois Estados e consolida o controle do povo judeu sobre o coração da terra de Israel", informou o The Times of Israel.
A ideia de que esse plano ameaça seriamente a viabilidade futura de um estado palestino é compartilhada por organizações como a Peace Now, que tem feito campanha contra a expansão dos assentamentos israelenses.
"Sob o pretexto de guerra, Smotrich e sua minoria de amigos messiânicos estão estabelecendo um acordo ilusório que teremos que evacuar em qualquer acordo", denunciou a organização, insistindo que a única maneira de viver com segurança em Israel "é dentro da estrutura de dois Estados".
Em meio a tudo isso, vários outros países, incluindo França, Canadá e Austrália, anunciaram seu reconhecimento quase unânime do Estado palestino em uma sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.