O Hamas aceita uma proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelo Catar e pelo Egito.

por 18 de agosto de 2025

MADRI, 18 (EUROPA PRESS)

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) anunciou na segunda-feira que aceitou uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores Catar e Egito para a Faixa de Gaza, onde mais de 62.000 pessoas já morreram devido à ofensiva israelense.

"O Hamas e as facções palestinas anunciam sua aprovação da proposta apresentada ontem pelos mediadores egípcios e catarianos", diz um breve comunicado divulgado pelo jornal Filastin, afiliado ao grupo islâmico.

A confirmação veio depois que o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, se encontrou com o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, e reafirmou a importância de seus "esforços contínuos" para estabelecer um "cessar-fogo imediato" no enclave, permitindo a entrada "urgente e desimpedida" de ajuda humanitária e garantindo a libertação dos reféns.

"Confirmamos nossa rejeição categórica à reocupação militar da Faixa e a qualquer tentativa de deslocar palestinos de seu território", disse o Serviço de Informações do Governo Egípcio em um comunicado, acrescentando que Al Sisi defendeu um processo de reconstrução após o cessar-fogo.

Uma autoridade israelense confirmou ao The Times of Israel que o governo de Benjamin Netanyahu recebeu a proposta, aprovada pelo Hamas, que incluiria uma trégua de 60 dias e a libertação de dez reféns vivos em troca de 150 prisioneiros palestinos.

Mais tarde, o ministro da Defesa israelense, Bezalel Smotrich, líder de extrema direita, se manifestou contra um possível acordo de cessar-fogo "parcial", argumentando que o grupo militante islâmico apenas suavizou suas exigências porque temia uma ofensiva israelense na Cidade de Gaza.

"O Hamas está sob grande pressão devido à conquista de Gaza, pois acredita que isso eliminará o grupo. Está tentando impedir isso retornando a um acordo parcial. É exatamente por isso que não podemos desistir", enfatizou em mensagem publicada na rede social X.

Seus comentários foram feitos depois que fontes próximas às negociações relataram que o Hamas cedeu em dois pontos de discórdia que atrapalharam as negociações em Doha no mês passado, incluindo a libertação de prisioneiros condenados à prisão perpétua e o tamanho da zona-tampão ao longo da fronteira com Gaza, informou a mídia israelense.

O governo israelense insistiu no domingo que o Hamas deve libertar imediatamente todos os reféns, vivos ou mortos, mantidos pelas milícias palestinas, e exigiu seu desarmamento imediato, bem como a desmilitarização da Faixa, o controle israelense do perímetro do enclave e o estabelecimento de um governo independente do Hamas e da Autoridade Palestina que "coexista em paz com Israel".

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