O governo argentino vetou na quarta-feira leis sobre financiamento universitário e atendimento emergencial de saúde para pediatria, refletindo a aversão do presidente Javier Milei em fazer investimentos imprevistos sob sua política de déficit zero.
"Quando não há recursos suficientes para cumprir com os compromissos assumidos, a consequência inevitável é a deterioração do sistema que se pretende proteger, a inflação acelerada e o empobrecimento dos próprios setores que se pretende proteger", argumentou o governo argentino em seu veto à lei de financiamento universitário publicada no Diário Oficial.
Diante dessa decisão, o Congresso poderia insistir e devolver a lei ao Governo, algo aludido pelo deputado do Democracia Para Sempre, Pablo Juliano, que, por meio de uma publicação na rede social X, alertou Milei que "seus obstáculos ideológicos não podem cercear o futuro dos argentinos".
"Como parlamentares, temos a obrigação de insistir na Lei de Financiamento Universitário. O acesso à educação de qualidade é essencial para o progresso como indivíduos e como sociedade", argumentou.
Da mesma forma, a Federação de Professores Universitários (FEDUN) anunciou uma greve nacional de 24 horas para esta sexta-feira em todos os centros universitários da Argentina, de acordo com um comunicado publicado em seu site.
No mesmo texto, a FEDUN anunciou uma passeata da Frente Sindical Universitária, estudantes e comunidade universitária, "a ser realizada no dia em que a rejeição do veto for discutida no Congresso, em defesa da lei".
"Há um forte comprometimento dos professores em sustentar a universidade pública, que continua sendo de alta qualidade graças ao esforço de todos os funcionários", disse o secretário-geral da federação, Daniel Ricci.
Da mesma forma, a administração de Milei vetou a lei que declara estado de emergência em hospitais pediátricos como marco legal, por um ano, para a alocação de fundos e o uso de reservas para realizar aumentos salariais de servidores públicos e isentar determinadas faixas salariais do imposto de renda.
"Independentemente da intenção de qualquer setor político, este governo nacional não tomará nenhuma atitude que comprometa o equilíbrio fiscal", diz o veto à lei, também publicado no Diário Oficial da União.