Milei reconheceu a derrota: autocrítica política e continuidade económica asseguradas

por 7 de setembro de 2025

Milei após a derrota no PBA 2025: discurso público, autocrítica e a estratégia para outubro

O presidente falou da sede do seu partido após a derrota provincial e reconheceu a magnitude do resultado. Admitiu que o partido governista sofreu um revés eleitoral e disse que isso deve ser aceito e analisado com seriedade. Ao mesmo tempo, deixou claro que não mudará o cerne da sua administração: confirmou que a direção econômica continuará — e, segundo ele, se intensificará — enquanto ajustes táticos estão sendo preparados para as eleições nacionais de 26 de outubro.

Em seu discurso, Milei delineou duas linhas: de um lado, a autocrítica política — "vamos corrigir erros", afirmou — e, de outro, a continuidade programática. Ela rejeitou a ideia de que os resultados implicassem uma mudança nas políticas macroeconômicas e defendeu medidas como equilíbrio fiscal e política cambial como pilares inegociáveis ​​de seu governo.

O presidente utilizou uma metáfora histórica para minimizar o revés e pediu aos militantes do partido que redobrassem os esforços. Enfatizou que a derrota não é definitiva e que o objetivo é retornar à campanha nacional mais forte. O discurso também incluiu uma interpretação do rival: argumentou que o peronismo mobilizou toda a sua estrutura territorial e que essa capacidade organizacional foi fundamental para o resultado na província.

Javier Milei e sua irmã na sede do La Libertad Avanza, com microfones e o logotipo do partido ao fundo.
Os irmãos Milei na sede da La Libertad Avanza após o dia da eleição. (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

A Casa Rosada (Palácio Presidencial) não escondeu a necessidade de revisão tática. Fontes governamentais confirmaram que uma revisão dos erros na campanha local já começou e que a intenção é ajustar candidatos, mensagens e logística para outubro. Essa avaliação, disseram, incluirá auditores internos e reuniões com equipes provinciais para "evitar a repetição de erros".

Os números da noite não deixam dúvidas: com mais de 90% das seções eleitorais apuradas, Fuerza Patria obteve quase 47% de apoio na província, em comparação com 33% de La Libertad Avanza , que venceu apenas em dois turnos. A participação girou em torno de 63% dos eleitores registrados, o que, na leitura oficial, exige ponderar tanto a mobilização quanto a composição do voto.

Na arena política, a reação pública combinou autocrítica e firmeza ideológica. Milei citou a necessidade de coragem para seguir em frente e defendeu seu projeto: prometeu não ceder na política econômica, o que, segundo ela, lhe permitiu "reverter os indicadores sociais", segundo sua visão. Ao mesmo tempo, reconheceu que a equipe precisa aprimorar a comunicação e a coordenação regional.

A Casa Rosada agora persegue dois objetivos simultâneos: preservar a base partidária fiel às suas políticas econômicas e reconquistar votos em distritos onde o partido governista perdeu por uma margem estreita. Para isso, a organização está trabalhando em uma mensagem renovada, uma maior presença no campo e mudanças em sua estratégia de comunicação voltadas para os setores vulneráveis ​​mencionados nas análises iniciais.

A oposição comemorou o resultado e o interpretou como um marco para a situação nacional. Para os peronistas provinciais, a vitória confirma sua capacidade de expansão territorial e fortalece a posição de seus líderes diante do calendário político . Já para o governo, a interpretação é mais rigorosa: corrigir sem abandonar o essencial.

O que podemos esperar agora? A curto prazo, medidas táticas e ajustes nas equipes de campanha; a médio prazo, uma corrida mais definida até outubro. A derrota na província de Buenos Aires obriga o partido governista a combinar a autocrítica operacional com a defesa de sua plataforma. A capacidade de alcançar ambos será o teste decisivo para a próxima fase eleitoral.

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