A Marcha pela Diversidade de 2025 percorreu Montevidéu com reivindicações de direitos humanos.
Nesta sexta-feira, a Marcha da Diversidade 2025 voltou a encher as ruas de Montevidéu com um slogan claro: "Se há direitos, que sejam vistos". A mobilização começou na Plaza Libertad — também conhecida como Plaza Cagancha — e percorreu dois quilômetros pelas avenidas Rondeau e Libertador, contornando o Palácio Legislativo até chegar à Plaza 1° de Mayo. Em cada trecho, a música acompanhou milhares de pessoas que reivindicavam a efetiva realização de seus tão almejados direitos.
Como participante ativo, você participou de um dia que não apenas celebrou a diversidade, mas também denunciou as dívidas pendentes do Estado uruguaio. A proclamação lida pelos organizadores foi contundente: exigiu que o governo Yamandú Orsi condenasse o genocídio na Faixa de Gaza e exigiu a aplicação efetiva da Lei Integral para Pessoas Transgênero, aprovada em 2018.
Reivindicações de direitos trans: entre a lei e a realidade
Daniela Buquet, membro da coordenação da marcha, expressou claramente o que muitos sentem: "Infelizmente, estamos marchando pela mesma coisa há muitos anos". Embora o Uruguai tenha feito progressos legislativos, como o casamento igualitário, a reprodução assistida e a Lei Integral Trans, a implementação desses direitos continua deficiente.
Você viu nos cartazes, ouviu nos cânticos: pessoas trans continuam enfrentando exclusão no emprego, violência estrutural e falta de acesso a cuidados de saúde adequados . Buquet denunciou que a lista de espera para cirurgias de redesignação sexual pode durar anos, causando angústia e, em muitos casos, suicídio. Ela também observou que muitas pessoas trans são expulsas do sistema educacional e vivem em extrema pobreza.
Gaza, política e direitos humanos: uma proclamação com peso internacional
A proclamação também incluiu um apelo urgente à condenação do genocídio em Gaza. "Esta marcha é mais do que diversidade; é sobre direitos humanos. Não podemos fechar os olhos para o genocídio que está ocorrendo", disse Buquet. Essa postura política marcou uma virada na narrativa da marcha, que não se concentrou apenas em questões locais, mas também se conectou a causas globais.
A presença de líderes políticos, como o prefeito de Montevidéu, Mario Bergara, reforçou o caráter institucional do evento. Bergara enfatizou que a marcha promove a "implementação de direitos" e a "igualdade" e celebrou a manifestação cidadã em defesa de grupos historicamente discriminados.
O que vem depois da marcha?
A Marcha pela Diversidade de 2025 não foi apenas uma celebração. Foi um desafio direto ao Estado, aos partidos políticos e à sociedade como um todo. Vocês, como parte dessa mobilização, ajudaram a destacar as lacunas entre o que está escrito nas leis e o que acontece no cotidiano de milhares de pessoas.
A questão que permanece é: como podemos transformar essa energia coletiva em políticas públicas eficazes? Como podemos garantir que os direitos não sejam apenas promessas no papel?
A diversidade como motor da transformação social
Além do slogan central, a Marcha pela Diversidade de 2025 demonstrou que as comunidades LGBTIQ+ continuam sendo protagonistas de uma luta que não termina com a aprovação de leis. Você sabe disso: a verdadeira transformação ocorre quando essas leis se traduzem em oportunidades reais, inclusão efetiva e respeito no dia a dia.
Durante a marcha, diversas reivindicações foram destacadas: acesso a moradia digna, políticas trabalhistas inclusivas, assistência médica especializada e educação sem discriminação. As faixas, cânticos e apresentações artísticas não apenas denunciaram injustiças, mas também celebraram a resiliência daqueles que enfrentam a exclusão estrutural.
A marcha também serviu como um espaço de encontro intergeracional. Jovens ativistas dividiram o palco com figuras históricas do movimento, relembrando que cada direito conquistado foi fruto de anos de ativismo. Essa conexão entre passado e presente fortalece a continuidade da luta e projeta novas estratégias para o futuro.
O papel da mídia e dos cidadãos
A cobertura midiática da Marcha da Diversidade de 2025 foi fundamental para amplificar sua mensagem. Você, como leitor, pode contribuir compartilhando conteúdo, gerando debates e exigindo que a mídia reflita a diversidade de vozes que compõem essa mobilização. Visibilidade não é apenas uma questão estética: é uma ferramenta política que pode transformar percepções e quebrar preconceitos.
Os cidadãos também têm um papel ativo. Participar, ouvir, ter empatia e questionar são ações que constroem uma sociedade mais justa. A marcha não termina quando os alto-falantes são desligados: ela continua em todos os espaços onde direitos são discutidos, violência é denunciada ou inclusão é promovida.