MADRI, 15 (EUROPA PRESS)
Mais de 30 países árabes e islâmicos condenaram nesta sexta-feira as recentes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre a ideia de "Grande Israel", termo que inclui a anexação não apenas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, mas também de partes do Egito e da Jordânia, entre outros países vizinhos.
Em uma declaração conjunta, eles observaram que isso constitui uma "violação flagrante e perigosa do direito internacional" e "uma ameaça direta à segurança nacional árabe, à soberania do estado e à segurança e paz regional e internacional".
Ao mesmo tempo em que reiteraram seu "respeito pela legitimidade internacional", alertaram que "adotarão todas as políticas e medidas necessárias" destinadas a defender "os interesses de todos os países e povos em termos de segurança, estabilidade e desenvolvimento".
Eles também condenaram veementemente a aprovação do Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, de um plano para construir mais de 3.000 novas casas como parte do controverso plano de desenvolvimento urbano para conectar Jerusalém Oriental com o assentamento de Maale Adumim, bem como suas recentes "declarações extremistas".
"Eles enfatizam sua absoluta rejeição e condenação deste plano e de todas as medidas ilegais israelenses, que constituem uma flagrante violação do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança, particularmente a Resolução 2334", diz a declaração conjunta divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Catar.
Essas medidas também incluem, enfatizaram, "tentativas de minar locais sagrados islâmicos e cristãos", como a Mesquita de Al-Aqsa. "Elas reiteram sua rejeição e condenação dos crimes de agressão, genocídio e limpeza étnica de Israel", acrescentaram.
A declaração foi assinada por Catar, Jordânia, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Chade, Comores, Djibuti, Egito, Gâmbia, Indonésia, Iraque, Kuwait, Líbano, Líbia, Maldivas, Mauritânia, Marrocos, Nigéria, Omã, Paquistão, Palestina, Arábia Saudita, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Síria, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen. A Liga Árabe, a Organização para a Cooperação Islâmica e o Conselho de Cooperação do Golfo também assinaram a declaração.
Questionado se "sente uma conexão" com uma "visão" do Grande Israel, em uma entrevista à rede de televisão israelense i24News, transmitida na noite de terça-feira, Netanyahu afirmou que "sente muito". Ele também defendeu suas decisões políticas como parte de uma "missão histórica e espiritual", afirmando que "há gerações de judeus que sonharam em vir para cá e gerações de judeus que virão depois de nós".