“Leite não pode faltar”: empresas uruguaias enfrentam escassez e atrasos

por 28 de agosto de 2025

Mercearias, lojas de conveniência e supermercados uruguaios estão enfrentando atrasos na distribuição de laticínios da Conaprole devido a uma disputa sindical que já dura várias semanas. A Associação de Trabalhadores e Empregados da Conaprole (AOEC) está mantendo o horário de trabalho após o anúncio do fechamento da Fábrica 14 em Rivera, que resultou em atrasos na entrega de produtos básicos.

A cooperativa relatou que 69.000 quilos de leitelho líquido foram desperdiçados em cinco dias como resultado das medidas do sindicato. Segundo o gerente geral Gabriel Valdés, o incidente foi registrado em cartório e afeta a produção destinada à exportação. A diretoria alertou que a continuidade do conflito os forçará a escolher entre o processamento de leite em pó ou leitelho.

O sindicato rejeitou essa versão e ressaltou que a decisão da empresa de não secar o soro na fábrica da Flórida , que acumulou 300.000 litros, foi sua. Também questionou o uso de vias públicas pela Conaprole para entregar os produtos a Rivera, o que, em sua opinião, compromete a cadeia de frio e a segurança alimentar.

Embora o sindicato tenha suspendido novas medidas a pedido do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTSS), anunciou que elas poderão ser intensificadas caso não haja progresso. No âmbito político, a Diretoria Departamental de Rivera convocou uma reunião da AOEC e solicitou ao presidente Yamandú Orsi que recebesse uma delegação do sindicato e representantes locais.

Ao mesmo tempo, a Conaprole relatou escassez nas prateleiras e um aumento nas importações de laticínios da Argentina e do Brasil. O presidente da Cambadu, Daniel Fernández, indicou que há menos variedade de subprodutos nos armazéns, mas garantiu que o leite continua chegando, embora com mais atrasos. "Leite não pode faltar", afirmou.

A cooperativa argumenta que o fechamento em Rivera se deve à queda nas vendas de leite envasado. Fernández confirmou que em Montevidéu, especialmente na região sul, os consumidores preferem o leite em caixa, o que reflete uma mudança de hábitos.

O gerente da Associação de Supermercados (ASU), Daniel Menéndez, alertou que, se o conflito persistir, poderá haver escassez de leite em caixa. Grandes redes, como Tienda Inglesa , Disco e Ta-Ta, não quiseram comentar. Em Rivera e Artigas, os trabalhadores da fábrica afirmaram que nenhum produto foi trazido desde o último sábado devido a uma decisão da empresa.

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