MADRI, 20 (EUROPA PRESS)
Um dos principais problemas da endometriose é a demora no seu diagnóstico, já que tradicionalmente se assume que a dor menstrual é normal, o que leva muitas mulheres a procurar atendimento médico tardiamente ou não serem encaminhadas corretamente, afirma a Dra. Anita Scrivo, ginecologista do Hospital Quirónsalud Bizkaia.
Especificamente, o especialista afirma que "pode levar anos para obter um diagnóstico". No entanto, a rapidez é importante, pois "quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais cedo será possível intervir para controlar a progressão da doença e aliviar seus efeitos".
A ginecologista explica que a endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, o que pode causar inflamação, dor crônica e até mesmo afetar órgãos adjacentes. Esse tecido pode estar localizado em diferentes áreas da pelve, como ovários, peritônio ou intestino, mas também pode aparecer em locais menos comuns, como bexiga, diafragma ou até mesmo pulmões. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo.
Em relação ao tratamento, a médica enfatiza que "a abordagem deve ser sempre individualizada. Existem tratamentos hormonais — especialmente progestágenos — e analgésicos e, em casos selecionados, abordagens cirúrgicas". Ela também enfatiza que esses procedimentos devem ser realizados em centros especializados, visto que se trata de uma cirurgia complexa que pode exigir a colaboração de vários especialistas.
Ela também enfatiza a importância de hábitos saudáveis. "Uma dieta baseada em produtos naturais e anti-inflamatórios, aliada à redução do estresse e à prática de exercícios adaptados, pode ajudar a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes", conclui.
Para se aprofundar mais nessa doença, a Dra. Scrivo lançou o podcast "Endometriose, a doença silenciosa", no qual ela discute os sintomas mais comuns (cólica menstrual, dor pélvica crônica, fadiga e infertilidade); a importância do diagnóstico precoce para melhorar a qualidade de vida; opções de tratamento (analgésicos, terapia hormonal e cirurgia em casos selecionados); o impacto positivo do estilo de vida (dieta anti-inflamatória, exercícios e redução do estresse); a necessidade de uma abordagem médica individualizada e suporte profissional; e explica por que ela é chamada de "doença silenciosa".