Infosalus.- Consultas de psicologia infantil e psiquiatria aumentam até 25% no início do ano letivo.

por 19 de agosto de 2025

MADRI, 19 (EUROPA PRESS)

Durante os primeiros meses do ano letivo, setembro e outubro, há um aumento de consultas de psicologia infantil e psiquiatria de até 25% em comparação ao resto do ano, de acordo com especialistas do grupo de saúde Top Doctors.

Especificamente, os especialistas concordam que o período de adaptação para o retorno à escola normalmente dura entre duas e quatro semanas, embora isso dependa da criança e do ambiente. Para tornar essa transição mais fácil e motivadora, eles recomendam torná-la mais positiva, para que a criança se sinta menos impactada mentalmente durante o período, normalizando as emoções e discutindo o assunto com naturalidade e entusiasmo.

"O melhor truque é restabelecer gradualmente as rotinas de sono e alimentação e reduzir o tempo de tela antes do início do ano letivo. O objetivo dos pais é oferecer apoio emocional, sem esconder ou evitar o desconforto existente, mas sim dar à criança ferramentas para lidar com a situação", diz Èlia Sasot Ibáñez, especialista em psicologia infantil e adolescente e membro do Top Doctors Group.

No entanto, se, após 4 semanas, a criança apresentar sinais de queixas físicas frequentes, como dor de estômago ou dor de cabeça sem causa médica aparente, irritabilidade, choro fácil, comportamento desafiador, alterações no sono ou no apetite, retraimento ou perda de interesse em brincar ou socializar, Ibañez recomenda consultar um especialista.

As causas que levam as crianças a procurar atendimento médico durante esse período podem incluir sintomas de ansiedade, medos, tristeza persistente, irritabilidade, dificuldades com habilidades sociais e problemas comportamentais, dificuldades de aprendizagem ou problemas de atenção e concentração.

"Nos últimos anos, especialmente desde a pandemia, observamos um aumento significativo na demanda por atendimento psicológico para crianças e adolescentes. As famílias estão mais conscientes disso e buscam ajuda mais cedo e com menos estigma", observa Ibañez.

Nesse sentido, a especialista ressalta que, em geral, os casos que chegam à clínica são "menores com sintomas de ansiedade e depressão". Ela explica que "o uso excessivo de telas em crianças muito pequenas tem, em alguns casos, impactado negativamente seu desenvolvimento da linguagem e suas habilidades sociais". Por outro lado, na população pré-adolescente e adolescente, "o uso indevido ou inadequado das mídias sociais é particularmente preocupante, pois pode afetar a autoestima e o humor".

COMO AJUDAR MENORES A ESTABELECER LIMITES SOCIAIS

Segundo a ONG internacional Bullying Sem Fronteiras, em 2024, mais de 300 mil crianças sofreram bullying ou cyberbullying na Espanha, "tornando-a o país com mais casos de bullying". Entre as diferentes formas de bullying, a ANR.org aponta que as mais comuns são insultos, apelidos e provocações, seguidos de isolamento ou agressão física.

Nesse contexto, os especialistas do Top Doctors aconselham estabelecer limites saudáveis ​​com os colegas e aprender a dizer "não" para formar amizades saudáveis ​​que podem reduzir o potencial de bullying e violência entre menores.

"É importante incentivar as crianças a demonstrar interesse pelos outros e demonstrá-lo por meio de perguntas e gestos. Também é fundamental desenvolver a autoestima delas, valorizando sua autenticidade, praticando o respeito e o autocuidado, para que consigam reconhecer quando os outros não demonstram esse respeito e esse tratamento, e assim conseguir se distanciar", explica Bárbara Zorrilla Pantoja, especialista em psicologia da saúde e social e membro do Top Doctors Group.

Ela também recomenda dar a eles "fórmulas, exemplos e praticar como definir esses limites", usando frases gentis e firmes como "Prefiro não fazer isso", "Não me sinto confortável" ou "Obrigado, mas isso não é para mim".

Por outro lado, habilidades como empatia, comunicação eficaz, assertividade e resolução de conflitos são "fundamentais" para que as crianças desenvolvam habilidades sociais. Assim, a psicóloga Zorrilla recomenda que os pais "se tornem modelos de comportamento e conduta positivos, modelando como se comunicar e resolver conflitos", além de praticar habilidades básicas de comunicação e linguagem não verbal.

6 DICAS PARA AJUDAR A CUIDAR DA SAÚDE MENTAL DAS CRIANÇAS

Os especialistas da Top Doctors recomendam ouvir as emoções da criança e incentivar a comunicação aberta, sem banalizar o problema potencial ou aceitar todos os comportamentos relacionados ao desconforto da criança.

Eles também incentivam o desenvolvimento da independência das crianças desde a primeira infância, incentivando-as a assumir gradualmente tarefas e responsabilidades. Também desaconselham sobrecarregá-las com expectativas parentais ou exigir que se encaixem a todo custo, se dêem bem com todos ou se destaquem socialmente.

Especialistas também acreditam que é importante ajudá-los a lidar com frustrações adequadas ao seu nível de maturidade, entendendo que as coisas nem sempre acontecem como querem e que está tudo bem, desenvolvendo sua resiliência e se fortalecendo diante de situações adversas. Nesse sentido, eles afirmam que a superproteção é prejudicial às crianças, pois as enfraquece e as priva da oportunidade de se desenvolver.

Por fim, eles pedem que sejam estabelecidos limites no uso de telas para melhorar a atenção, o humor e o sono.

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