Infosalus.- Um estudo global revela que relacionamentos formados online apresentam menor satisfação e comprometimento emocional.

por 15 de agosto de 2025
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MADRI, 15 (EUROPA PRESS)

A internet revolucionou a maneira como as pessoas encontram o amor, mas qual o impacto real disso na qualidade dos relacionamentos? Um ambicioso estudo global, que analisou dados de mais de 6.600 pessoas em 50 países, revela que conhecer um parceiro online é cada vez mais comum, especialmente entre aqueles que começaram seus relacionamentos depois de 2010, e que o amor digital é regido por regras diferentes que podem estar colocando em risco a felicidade e a longevidade desses casais.

A internet oferece acesso a um conjunto aparentemente ilimitado de parceiros em potencial, mas, embora essa abundância possa ajudar as pessoas a encontrar o parceiro ideal, na prática, muitas vezes cria uma sobrecarga de opções. Curiosamente, os resultados do estudo contradizem pesquisas anteriores que sugerem que pessoas em áreas rurais são mais propensas a procurar parceiros online devido a limitações geográficas.

O estudo, conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Dra. Marta Kowal, da Universidade de Wroclaw, com contribuições de especialistas da Universidade Nacional Australiana (ANU), utilizou dados representativos de 50 países ao redor do mundo, coletados pelo Being Human Lab da Universidade de Wroclaw, liderado por S. Craig Roberts. Os pesquisadores estudaram 6.646 pessoas em relacionamentos, examinando como elas encontraram seus parceiros e o impacto disso na satisfação com o relacionamento.

Em média, 16% dos participantes conheceram seus parceiros online, um número que sobe para 21% entre aqueles que iniciaram relacionamentos românticos depois de 2010.

"Os participantes que conheceram seus parceiros online relataram menor satisfação no relacionamento e menor intensidade de amor, incluindo intimidade, paixão e comprometimento, em comparação com aqueles que se conheceram offline", disse o coautor do estudo e aluno de doutorado da ANU, Adam Bode.

Segundo os pesquisadores, vários fatores podem explicar as descobertas do estudo, incluindo o fato de que casais que se conhecem offline tendem a ser mais homogâmicos (ou têm características semelhantes) do que aqueles que se conhecem online. "Origens sociais e educacionais semelhantes podem influenciar positivamente a qualidade do relacionamento, promovendo maior apoio e aceitação social, experiências de vida compartilhadas e alinhamento de valores e visões de mundo", diz Bode.

Ao contrário de descobertas anteriores, eles também não encontraram evidências de que pessoas mais jovens fossem mais propensas a encontrar parceiros online. Isso sugere que navegar em espaços online se tornou acessível a todas as faixas etárias.

Pesquisadores acreditam que as motivações para aplicativos ou namoro online evoluíram com a "cultura do deslizar", que descreve a natureza imediata dos aplicativos de namoro, onde a atratividade física prevalece sobre um processo de triagem exaustivo.

Enquanto os primeiros usuários buscavam parceiros para a vida toda, os usuários modernos buscam cada vez mais relacionamentos casuais. Essa tendência para relacionamentos de curto prazo e menos comprometidos pode, por sua vez, contribuir para uma pior qualidade dos relacionamentos.

Outra complicação que surge com os aplicativos de namoro é o risco de ignorar potenciais sinais de alerta que são mais evidentes em interações presenciais. À medida que o namoro online continua a crescer em todo o mundo, nossas descobertas ressaltam a necessidade de maior apoio para melhorar a qualidade do relacionamento entre todos os casais, especialmente aqueles que conheceram seus parceiros online.

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