Carlos Negro convoca liderança policial após sete homicídios no Uruguai
Em um dia marcado por extrema violência, o Ministro do Interior, Carlos Negro, lidera uma reunião de extrema urgência com todas as principais autoridades policiais da capital, na Montevidéu . A reunião, convocada após o assassinato de pelo menos sete pessoas em menos de 24 horas, busca desenvolver respostas imediatas ao aumento da criminalidade que afeta Montevidéu e outras partes do país.
Um dia que disparou todos os alarmes
Os incidentes ocorreram entre a noite de quarta-feira e a tarde de quinta-feira em bairros como Santa Catalina, Reducto, Cerro Norte, Casabó, Buceo e El Pinar. As vítimas incluíam adolescentes, adultos com antecedentes criminais e cidadãos sem vínculos aparentes com o crime organizado. Em vários casos, os agressores viajavam em motocicletas e usavam armas automáticas, reforçando a hipótese de acerto de contas, disputas territoriais e violência estrutural.
A natureza simultânea dos assassinatos e sua dispersão geográfica alarmaram os sistemas político, judicial e policial. A promotora Mirta Morales, em declarações públicas, falou de "uma mudança violenta" e pediu mais recursos investigativos. Ao mesmo tempo, sindicatos de professores relataram ataques na Escola nº 107 em La Paz, onde professores foram agredidos pela mãe de um aluno, demonstrando que a violência não se limita ao crime organizado, mas permeia os espaços educacionais e comunitários.
Quem participa da reunião
A reunião inclui o Comando Nacional da Polícia, o Diretor de Investigações Julio Sena, o Chefe da Polícia Rodoviária Luis Calzada e os chefes de polícia de Montevidéu e Canelones, Pablo Lotito e Fabio Quevedo. Representantes da Guarda Republicana e de divisões estratégicas do Ministério do Interior .
A presença dessa liderança indica que o governo busca uma resposta abrangente, combinando inteligência criminal, patrulhamento preventivo, coordenação interdepartamental e controle territorial. Segundo fontes do ministério, espera-se que a reunião produza medidas concretas para conter a violência e fortalecer a segurança pública .
Pressão política e expectativas dos cidadãos
A reunião ocorre em meio à crescente pressão política. O Partido Nacional, de oposição, exigiu "medidas concretas" e alertou que não quer "reuniões catarse". Parlamentares do governo também exigiram explicações e ações urgentes . Nas redes sociais, cidadãos expressaram preocupação com a falta de fiscalização e a crescente sensação de insegurança.
Carlos Negro enfrenta um teste crítico. Seu governo está sob escrutínio, e esta reunião pode marcar uma virada. A expectativa é que medidas efetivas sejam anunciadas: aumento do patrulhamento, fortalecimento da inteligência territorial, coordenação com o Ministério Público e um de segurança nacional com objetivos claros e supervisão pública.
O que se espera do Ministério do Interior?
Além da situação atual, o Ministério do Interior deve coordenar esforços com organizações sociais, governos departamentais e partidos políticos para elaborar uma estratégia de longo prazo que inclua prevenção, reabilitação, controle tecnológico e transparência institucional.
A violência no Uruguai deixou de ser episódica e se tornou um fenômeno estrutural. O número de homicídios, roubos e agressões está aumentando, e os cidadãos exigem respostas. A reunião desta sexta-feira não pode ser meramente simbólica: deve se traduzir em ações concretas, sustentadas e mensuráveis.
Além disso, espera-se que o Ministério do Interior comunique seus planos operacionais com mais clareza, fortaleça seus laços com a Procuradoria-Geral da República e melhore a coordenação com o sistema judiciário. A segurança pública exige não apenas resposta, mas também planejamento, investimento e liderança política.
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