Greve dos transportes de Lima suspensa após acordo com o Congresso

por 3 de outubro de 2025
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Greve dos transportes de Lima suspensa após acordo com o Congresso

A greve dos trabalhadores do transporte em Lima foi suspensa nesta quinta-feira, 2 de outubro, após uma reunião entre representantes sindicais e autoridades do Congresso peruano. A reunião incluiu o presidente da Assembleia Legislativa, José Jerí, e os chefes das comissões de Transporte e Segurança Cidadã, que se comprometeram a apresentar um projeto de lei em dez dias úteis.

A iniciativa busca criar um Grupo de Elite focado no combate à extorsão, assassinatos por encomenda e outras formas de criminalidade que afetam o setor. A decisão foi confirmada por porta-vozes da Associação Nacional para a Integração dos Transportadores (Anitra) e da Coordenadora das Empresas de Transporte Urbano de Lima e Callao (CTU).

Durante o dia, os protestos levaram a bloqueios na Avenida Abancay, manifestações na rodovia Panamericana Norte e uma redução significativa no transporte público em vários bairros da capital. Segundo sindicatos, quase 30% dos motoristas pararam de trabalhar devido a ameaças ligadas ao crime organizado .

Além dos transportadores, trabalhadores da construção civil se uniram, exigindo medidas concretas para combater a disseminação de organizações criminosas. Com o acordo firmado no Parlamento, as unidades de transporte retomaram suas rotas e as estradas afetadas foram liberadas.

Durante a abertura da terceira sessão do Conselho Nacional de Segurança Cidadã (CONASC), a presidente Dina Boluarte discursou sobre a greve dos trabalhadores do transporte em Lima. A presidente questionou a medida e instou os sindicatos a optarem pelo diálogo, observando que as greves causam prejuízos econômicos tanto para motoristas quanto para passageiros.

Boluarte também minimizou o impacto do protesto no combate à insegurança. Afirmou que uma greve de 24 ou 48 horas não resolverá as ações do crime organizado e enfatizou que o fenômeno se estende para além do Poder Executivo e do Congresso, pois envolve redes transnacionais que operam no exterior.

O Congresso continuará trabalhando no projeto de lei , enquanto os sindicatos aguardam os prazos estabelecidos. Por enquanto, a greve dos trabalhadores do transporte em Lima está suspensa, mas a reivindicação por mais segurança permanece.

Impacto da greve dos transportes em Lima sobre passageiros e motoristas

A mobilização deixou milhares de pessoas sem serviços, enquanto sindicatos relatam ameaças e perda de renda.

Além do compromisso legislativo, os sindicatos do setor de transportes solicitaram o reforço das medidas de proteção aos motoristas vítimas de extorsão. Segundo dados preliminares, nos últimos três meses, foram registradas mais de 200 denúncias sobre ameaças relacionadas à cobrança de "cotas" (taxas) em rotas urbanas e suburbanas. Essa situação gerou medo entre os motoristas, muitos dos quais optaram por parar de trabalhar para evitar retaliações.

Nesse contexto, a criação de um Grupo de Elite contra o crime organizado foi bem recebida pelos líderes sindicais, embora tenham alertado que sua implementação deve ser rápida e com recursos suficientes. "Promessas não bastam. Precisamos de patrulhas, inteligência e proteção real para nossos colegas", disse um dos porta-vozes da CTU após a reunião no Congresso.

Por outro lado, a greve dos ônibus em Lima evidenciou a fragilidade do sistema de transporte público diante da pressão social. Durante o protesto, milhares de usuários ficaram presos em pontos de ônibus sem serviço, enquanto outros tiveram que recorrer a alternativas informais ou pagar tarifas mais altas em táxis e aplicativos de celular. Para muitos trabalhadores, sobreviver já é difícil, e esse tipo de interrupção complica ainda mais suas rotinas diárias.

O Poder Executivo anunciou que um plano de contingência para futuras manifestações será avaliado, com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços sem violar o direito de protesto. Paralelamente, será realizada uma mesa redonda técnica com a participação de sindicatos, autoridades locais e representantes do Ministério do Interior .

A greve dos trabalhadores do transporte em Lima também gerou reações nas redes sociais, onde usuários compartilharam imagens de avenidas bloqueadas, ônibus parados e longas caminhadas para o trabalho. A maioria das mensagens expressou preocupação com a insegurança, mas também com a falta de soluções estruturais.

Enquanto isso, os sindicatos esperam que o Congresso cumpra os prazos acordados e que o projeto de lei antiextorsão avance sem demora. O conflito, embora suspenso, continua latente nas ruas e na agenda política.

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