Um acordo importante foi assinado entre o governo e os 19 prefeitos, com foco na descentralização de recursos, melhoria de estradas rurais, obras públicas locais e serviços públicos a partir de 2026.
O acordo busca levar obras de concreto e serviços essenciais a todo o território.
Após várias reviravoltas, o governo nacional e os 19 prefeitos do país assinaram um acordo que pode mudar a forma como as coisas são feitas no interior do país. Este pacto busca descentralizar recursos, dar aos prefeitos maior poder e, acima de tudo, diminuir a distância que ainda existe entre Montevidéu e o resto do país.
O aspecto mais significativo do acordo é que ele estabelece que 3,33% do orçamento nacional serão administrados diretamente pelos governos departamentais. Isso financiará obras, serviços e projetos concebidos especificamente para cada território, com suas próprias prioridades. Esse dinheiro vai diretamente para onde é necessário, sem qualquer complicação.
A partir de 2026, os municípios do interior terão maior influência no Fundo de Desenvolvimento do Interior (FDI). O novo esquema estabelece que 45% desse fundo será administrado diretamente por eles, enquanto os outros 55% permanecerão nas mãos do Poder Executivo. Em termos de números, estamos falando de mais de US$ 40 milhões extras para distribuir em projetos locais nos próximos cinco anos. Não é pouca coisa.
Fundo de Investimento Estratégico de US$ 80 milhões também foi confirmado , destinado a projetos entre 2027 e 2029. A ideia é que esse dinheiro seja usado em projetos de infraestrutura que realmente façam a diferença na vida das pessoas. Pode ser uma ponte, uma escola ou um posto de saúde, dependendo das necessidades de cada local.
Uma das questões de maior preocupação, especialmente em áreas remotas, é a condição das estradas. Portanto, o acordo destinará mais de 1,7 bilhão de pesos para melhorar as estradas rurais. Em muitas cidades, as estradas são a única conexão com tudo: para a escola, para o hospital, para a feira. Mantê-las em boas condições não é um luxo; é uma necessidade.
A iluminação pública também foi discutida. Foi acordado um subsídio de 400 milhões de pesos, que será reajustado de acordo com as taxas estabelecidas pela UTE. Isso ajudará os municípios, especialmente os menores, que muitas vezes precisam escolher entre acender as luzes da cidade ou pagar outra conta urgente.
Outro ponto do acordo diz respeito à recompensa pela boa gestão. Os critérios para o Fundo de Incentivo à Gestão Municipal (FIGM), que reconhece quando as coisas são bem feitas, foram atualizados. O valor a ser distribuído não foi especificado, mas o objetivo é usá-lo como incentivo para uma melhor gestão.
Nicolás Olivera, que preside o Congresso de Prefeitos, teceu muitos elogios. Ele disse que este acordo atende a demandas de longa data e elogiou o fato de todos os prefeitos — de todos os partidos — terem se unido. "É incomum ver este nível de acordo político", comentou um dos presentes.
O documento assinado reflete uma intenção clara: garantir que os recursos cheguem mais rapidamente, sem tanta burocracia e com uma lógica territorial. Ou seja, cada departamento pode decidir o que precisa, sem ter que esperar que Montevidéu diga por onde começar.
Claro, tudo parece bem no papel. Agora vem a parte difícil: garantir que seja implementado, garantir que o dinheiro chegue e que seja usado adequadamente. Mas, pelo menos por enquanto, há um acordo firme que pode marcar uma virada na forma como o país é governado de baixo para cima.