BARCELONA, 20 (EUROPA PRESS)
O FC Barcelona encara a temporada 2025-26 com o objetivo de melhorar a tríplice coroa nacional – Liga, Copa e Supercopa – conquistada no ano passado, conseguindo surpreender o mundo do futebol com um estilo de jogo muito ofensivo e atraente, mas com o qual sofreu muito na defesa, principalmente na Liga dos Campeões, onde sofreu até 24 gols, sendo este um aspecto claro que precisa ser corrigido durante o próximo ano no Can Barça.
A equipe de Hansi Flick terá que melhorar esse retrospecto sem Iñigo Martínez, que foi o principal líder da defesa blaugrana na temporada passada. A saída do zagueiro basco para o Al-Nassr é um alívio em termos de fair play financeiro, mas um problema muito significativo em termos esportivos, já que a situação financeira do clube não permite a contratação de reforços, e o técnico alemão terá que se contentar com os jogadores que tem atualmente em seu elenco.
Em sua primeira temporada no comando dos blaugrana, Flick optou por uma defesa composta por Koundé, Cubarsí, Iñigo Martínez e Balde na maioria das partidas. Quatro jogadores que haviam sido comandados por Xavi Hernández no ano anterior, mas com a chegada do técnico alemão, tiveram que se adaptar a um novo sistema defensivo, posicionando a linha defensiva muito alta e jogando com adversários em posição de impedimento.
Essa abordagem arriscada foi particularmente bem-sucedida no início da temporada passada, resultando em 109 impedimentos para os adversários nas primeiras 16 partidas. O melhor exemplo disso foi a vitória por 4 a 0 sobre o Real Madrid no primeiro Clássico da temporada, quando jogadores do Real Madrid foram pegos em impedimento em 12 ocasiões, resultando na anulação de dois gols de Kylian Mbappé.
No entanto, aos poucos, os adversários começaram a levar vantagem sobre o Barça de Flick, especialmente na Liga dos Campeões. Em oito partidas na fase de grupos, os blaugrana sofreram 13 gols, tornando-se o time que mais sofreu gols entre os oito times que avançaram diretamente para as oitavas de final. Essa fragilidade defensiva foi compensada em muitas partidas pelo seu potencial ofensivo, mas era claramente um ponto que precisava ser melhorado para a segunda metade da temporada.
Esse desempenho não melhorou muito na fase eliminatória, com o time conseguindo manter a baliza inviolável apenas em dois jogos (1 a 0 contra o Benfica e 4 a 0 contra o Dortmund). Essa incapacidade de manter a baliza inviolável prejudicou os blaugrana no momento mais crucial da temporada, a semifinal contra a Inter de Milão, que começou com dois gols do time italiano nos primeiros 20 minutos.
O talento de Lamine Yamal manteve o Barça vivo rumo ao jogo de volta no Giuseppe Meazza, com o time de Hansi Flick a dois minutos de garantir uma vaga na final de Munique. No entanto, os blaugrana não conseguiram segurar o ritmo, e um gol do zagueiro italiano Francesco Acerbi forçou a prorrogação, na qual o Barça acabou perdendo por 4 a 3.
O jogador mais notável naquela noite fatídica foi o uruguaio Ronald Araujo, que deve substituir Iñigo Martínez na equipe titular. Recuperar a melhor fase do zagueiro uruguaio deve ser um dos principais objetivos de Hansi Flick, já que ele também tem Eric García, Andreas Christensen e até Gerard Martín como outras possíveis opções para substituir o zagueiro basco.
O que está claro é que o sistema defensivo não mudará, como demonstrado nas partidas de pré-temporada e na estreia no campeonato contra o RCD Mallorca (0-3). No entanto, esta última partida não pode ser muito significativa para avaliar o nível da defesa "culer", já que o time de Vermillion mal conseguiu entrar na área adversária após ficar reduzido a dois homens no primeiro tempo.
A maior mudança defensiva ocorreu no gol, com a contratação de Joan García, do RCD Espanyol. O goleiro catalão é uma escolha confiável entre os postes, após uma excelente temporada no clube azul e branco, tendo feito o maior número de defesas (146) na última temporada da La Liga.
Em sua primeira partida competitiva como jogador blaugrana, o jogador do Sallent de Llobregat (Barcelona) causou boa impressão, posicionando-se longe do gol para acompanhar a linha defensiva alta. Este deve ser um aspecto fundamental ao longo da temporada, e é crucial que o catalão demonstre confiança ao sair do gol, algo que não aconteceu com frequência na temporada passada sob o comando de Wojciech Szczesny, e que acabou custando vários gols ao Barça.
Os 69 gols sofridos representam um recorde que o Barça precisa superar nesta temporada se quiser repetir ou superar os sucessos do ano passado. Para isso, Flick precisará encontrar soluções para recuperar a solidez defensiva demonstrada nas primeiras partidas do ano anterior e permitir que o clube supere sua maior fraqueza.