Feminicídio chocante em Punta Colorada: promotor pede 45 anos de prisão

por 30 de setembro de 2025

O caso de feminicídio de Punta Colorada foi julgado esta semana no Juizado Especializado de San Carlos. A promotora do caso, Fiorella Marzano, pediu uma pena de 30 anos de prisão mais 15 anos de prisão preventiva para Miguel Ángel Toledo, acusado de assassinar Karina Funes, de 53 anos, em maio de 2024.

O ataque e a investigação

O incidente ocorreu na casa da vítima em Punta Colorada. Segundo a investigação, Toledo, de 57 anos, apareceu na casa e atirou na cabeça da vítima com uma espingarda. Após o ataque , ele tentou suicídio, mas sobreviveu. Apesar dos ferimentos, conseguiu fugir em sua caminhonete em direção a Piriápolis.

Durante a viagem, ele perdeu o controle do veículo e bateu em um meio-fio. Foi encontrado logo em seguida pelo delegado da delegacia local, que providenciou sua transferência para um centro de saúde . O acusado permaneceu hospitalizado por várias semanas e posteriormente liberado sob custódia judicial.

O promotor Marzano solicitou uma pena combinada de 30 anos de prisão e 15 anos de medidas de segurança, destinadas a indivíduos classificados como especialmente perigosos. Este pedido gera expectativas quanto à sentença, que será lida em 7 de novembro.

Falhas na pré-proteção

Horas antes do crime, Funes havia apresentado queixa contra a ex-companheira, e um juiz havia decretado uma medida protetiva contra ele. No entanto, na época, não havia tornozeleiras eletrônicas disponíveis no apartamento de Maldonado. Essa falta de disponibilidade impediu o reforço das medidas protetivas adotadas para proteger a vítima.

O relacionamento entre os dois havia começado apenas dois meses antes, na rede social Instagram. Segundo os investigadores, os conflitos começaram logo depois e se intensificaram rapidamente, levando ao feminicídio.

O feminicídio em Punta Colorada expôs mais uma vez o problema da disponibilidade de dispositivos eletrônicos de monitoramento, em um contexto em que os relatos de violência de gênero se multiplicam em todo o país.

Contexto judicial e social

O processo judicial, atualmente em andamento em San Carlos, está atraindo a atenção tanto da imprensa quanto de organizações sociais que exigem maior proteção às mulheres em situação de risco. O pedido do Ministério Público busca estabelecer um precedente em casos de violência extrema , que combinam denúncias anteriores, descumprimento de medidas cautelares e desfecho fatal.

O caso também está sendo acompanhado de perto por grupos feministas em Maldonado, que alertam para a falta de recursos para prevenir situações de alto risco. As expectativas são altas em relação à decisão, que pode se tornar referência para futuros casos semelhantes.

Impacto na comunidade

Em Punta Colorada e Piriápolis, vizinhos e parentes expressaram consternação com o incidente. A notícia impactou o cotidiano da região, onde muitos comentaram que há "falta de ferramentas" para proteger aqueles que denunciam a violência.

No Uruguai, os feminicídios são um lembrete de que medidas preventivas nem sempre evitam tragédias. Neste caso, a falta de tornozeleiras eletrônicas foi citada como um fator determinante.

O feminicídio em Punta Colorada trouxe à tona o debate sobre como fortalecer os mecanismos de proteção e garantir que as denúncias recebam uma resposta eficaz. A decisão de novembro será fundamental para determinar o futuro judicial da ré e, ao mesmo tempo, estabelecerá um precedente na discussão sobre políticas de prevenção.

O feminicídio em Punta Colorada não só chocou Maldonado, como também reacendeu um debate nacional sobre os recursos disponíveis para proteger mulheres em situação de risco. Organizações sociais insistem que a decisão deve abrir um precedente para evitar novas tragédias e exigem maior comprometimento do Estado com a prevenção e a resposta imediata.

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