MADRI, 18 (EUROPA PRESS)
A organização de consumidores Facua pediu ao governo nesta segunda-feira novas mudanças regulatórias para penalizar as empresas de telecomunicações e energia que lucram com ligações indesejadas e para compensar os usuários afetados.
Embora as operadoras de telecomunicações tenham bloqueado mais de 50 milhões de chamadas e mensagens de texto fraudulentas desde março passado, de acordo com dados fornecidos hoje pelo Ministro Óscar López, a Facua relata que muitos consumidores continuam recebendo chamadas comerciais não solicitadas quase diariamente.
Isso porque, explica Facua, o plano do governo contra golpes telefônicos não previa o bloqueio desse tipo de comunicação de números fixos com prefixos geográficos.
Assim, para Facua, as medidas do plano são "claramente insuficientes" e o bloqueio deve ser estendido "a todo o tipo de chamadas", já que os telefones fixos com prefixos nacionais se tornaram "uma grande fonte de fraude".
"O próprio ministro admitiu que, desde que o plano entrou em vigor, os golpistas estão usando chamadas com prefixos nacionais para suas práticas fraudulentas porque é impossível fazer isso com números de celular", observa Facua.
Por esse motivo, a organização de defesa do consumidor insiste na necessidade de expandir o plano atual para bloquear também chamadas de spam de telefones fixos com prefixos geográficos. "Desde 2023, todas as chamadas comerciais não expressamente solicitadas estão proibidas, embora, na prática, continuem ocorrendo com a mesma frequência ou até mais frequência do que antes", critica Facua.
Além disso, a associação considera fundamental que o Ministério dos Direitos Sociais, do Consumo e da Agenda 2030 promova uma mudança regulatória para exigir que as empresas que recebem ligações por meio de ligações comerciais informem aos usuários que, caso a ligação não tenha sido realizada ou solicitada especificamente por eles, terão direito a uma indenização financeira, por se tratar de spam telefônico.
Para Facua, é essencial que todas as empresas beneficiárias de assinaturas telefônicas garantam que, na gravação da chamada, o usuário não apenas aceite termos específicos de serviço, mas também indique que realizou a chamada ou que a solicitou especificamente.
"Se essa informação não aparecer na gravação, o contrato não seria válido, e as empresas que o processam estariam cometendo uma violação ao consumidor que resultaria em uma penalidade se denunciada", alega Facua.