Que tipo de país você é se sabe que há mais de 400 pessoas vivendo em condições desumanas, trabalhando como escravas em uma obra pública, e ninguém faz nada?
É exatamente isso que está acontecendo em Chamberlain, Tacuarembó , como parte da construção do anel de energia de 500 kV , financiado pela UTE e executado pela chinesa CMEC esta não é uma história de abuso distante. É uma acusação que atinge o cerne dos sistemas político, sindical e empresarial do país.
1. O que está acontecendo em Chamberlain? Trabalho estatal, escravidão real
Neste projeto fundamental para o sistema energético nacional, mais de 400 cidadãos chineses trabalham sem documentos, sem direitos, sem prêmios e vivem amontoados em contêineres . Estão isolados em pequenas fazendas, longe da aldeia, sem acesso a cuidados de saúde, descanso ou mesmo à dignidade básica.
Dormem 15 pessoas lado a lado em camas feitas de tábuas de madeira. Cozinham arroz. E se sofrem um acidente, não são levados a nenhum centro médico . São levados escondidos em caminhões, como se fossem lixo. E sabe a pior parte? Nenhuma agência governamental impediu isso.
2. O papel da SUNCA: ela defende ou cumpre?
O SUNCA , o sindicato que se gaba de estar ao lado dos trabalhadores, está completamente envolvido neste escândalo base deram alarmes, denunciaram e bateram de porta em porta. Mas quando essas acusações chegaram à Direção Nacional do sindicato, tudo foi destruído .
Por quê? Porque a SUNCA firmou acordos com a empresa . Ela validou pagamentos fora dos contracheques. Permitiu que trabalhadores uruguaios qualificados, escolhidos por sorteio do Ministério do Trabalho, fossem demitidos, deixando seu lugar para mão de obra escrava silenciosa e barata.
3. UTE e CMEC: responsáveis financeiros e executivos
O projeto é financiado com recursos estatais por meio de um fundo fiduciário de mais de 800 milhões de unidades indexadas . A UTE aparece como administradora, juntamente com a República FISA. No papel, tudo parece transparente. Mas, na realidade, o dinheiro é usado para pagar salários não declarados , comprar o silêncio sindical e executar um projeto com 80% de mão de obra estrangeira (quando se prometeu que seria nacional).
Os documentos — escrituras assinadas — confirmam: pagamentos fora do recibo, sem contribuições, sem declarações, em valores superiores a um milhão e meio de dólares.
4. Evasão fiscal: uma fraude contra o Estado
Os trabalhadores que foram transportados por centenas de quilômetros não receberam o pagamento das despesas de viagem, conforme exigido por lei. Quando reclamaram, a empresa pagou fora do escopo do pagamento, sem declarar. O resultado? Sonegação fiscal, fraude previdenciária e cumplicidade sindical. Tudo documentado e assinado .
Quem ganha? CMEC, que reduz custos. Quem perde? Você, o Estado, os trabalhadores nacionais, o BPS e a dignidade do trabalho no Uruguai.
5. Fraude eleitoral com cédulas falsas?
As acusações não param por aí. Segundo a fonte, a SUNCA e setores da Frente Ampla, com a aprovação do Ministério do Trabalho, estariam emitindo carteiras de identidade para cidadãos chineses sem documentos . O objetivo? Convertê-los em eleitores cativos nas próximas eleições.
Não é uma invenção. Já foi feito na UPM. E é muito provável que tenha sido repetido neste projeto. Quer falar sobre democracia? Então vamos falar sobre isso também.
6. E os uruguaios? Capazes de serem expulsos
Enquanto isso, os 15 parlamentares uruguaios que têm treinamento e ingressaram no mercado de trabalho por meios legais estão sendo demitidos . A desculpa? Eles estão sendo treinados. A realidade: eles já estão na lista de demissões.
Eles treinam você para te demitir. Porque, quando o curso termina, há 400 trabalhadores chineses prontos para te substituir. Mais barato. Mais obediente. Mais invisível.
7. E o Ministério do Trabalho?
Silêncio. Inação. Cumplicidade. O ministério recebeu denúncias. Há mais de 100 processos abertos por condições de segurança, sonegação e irregularidades. Mas nada avança. Tudo para. Porque a máquina é projetada para sustentar o negócio. O negócio da escravidão moderna, financiado com o seu dinheiro.