Aventuras nas Profundezas: A Expedição Uruguaia ao Fundo do Mar
Um navio com mais de 30 cientistas uruguaios está prestes a zarpar, marcando o início de uma histórica expedição uruguaia ao fundo do mar . Esta iniciativa, que gerou grande entusiasmo no mundo acadêmico, busca aprofundar-se nos ecossistemas e mistérios ocultos nas profundezas do nosso Oceano Atlântico. É um empreendimento grandioso que entusiasma a todos. O projeto é liderado pela Universidade da República (Udelar) e conta com o apoio de diversos países da região e da Europa, incluindo Argentina, Brasil, Chile, Alemanha e França.
O objetivo, como explicou o reitor da Universidade de La Plata (Udelar), Héctor Cancela, é "avançar no conhecimento dos ecossistemas marinhos profundos do país e promover a cultura oceânica". Em um país onde mais da metade do território conhecido é oceânico, explorar essas águas também é uma questão de soberania e desenvolvimento. Não se trata apenas de uma viagem científica, mas de uma forma de compreender e proteger o que é nosso.
Ciência em Streaming e com um Tom Bem Local
Assim como em uma expedição recente do Instituto Nacional de Tecnologia da Argentina (CONICET), o público poderá acompanhar essa jornada. Haverá uma transmissão ao vivo no YouTube mostrando as imagens de "qualidade fantástica" capturadas pelo robô subaquático. Embora não seja transmitido 24 horas por dia, 7 dias por semana, haverá um número significativo de horas por dia para ver as descobertas em primeira mão. Isso é fundamental porque aproxima a ciência do público. Para garantir que o trabalho dos cientistas chegue a todos, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) do Uruguai se unirá ao movimento com um programa de televisão. Como explicou Carlos Varela, subsecretário do MEC, a ideia é "traduzir as descobertas em termos mais simples". Porque, como ele disse, "o que é muito fácil para um cientista entender, o cidadão fica apenas com a beleza da imagem, mas não sabe o que ela representa".
A embarcação, uma joia tecnológica, está equipada com oito laboratórios, sondas de eco e um robô subaquático de última geração chamado ROV Subastian . Este robô controlado remotamente é capaz de mergulhar a profundidades de até 4.500 metros. Com seus braços e sensores, ele pode coletar amostras de água, sedimentos e organismos. Esta expedição uruguaia explorará o fundo do mar de 200 a 3.500 metros, em busca de ecossistemas únicos e formações geológicas de grande interesse.
Entre os locais a serem investigados, os cientistas estão se concentrando nos seis cânions submarinos encontrados na margem continental uruguaia. Essas formações são como "vales" subaquáticos que transportam sedimentos da plataforma continental para o oceano profundo, e seu estudo pode fornecer pistas importantes sobre a geologia da região. O projeto, chamado "Uruguai com Menos de 200. Jornada ao Desconhecido", conta com 28 uruguaios em uma equipe de 37 cientistas. É um orgulho ver que o projeto foi concebido e escrito por dois uruguaios, e que a maioria dos locais a serem explorados foram definidos graças a uma expedição anterior em 2010.
Letícia Burone e Claudia Puccini, duas das cientistas envolvidas, explicaram que, ao longo da viagem, o robô extrairá amostras de 50 pontos diferentes. Embora nenhum membro da tripulação receba remuneração por esse trabalho, a oportunidade de usar esta embarcação para avançar o conhecimento é o que os motiva. É um exemplo claro de que a ciência nem sempre é movida por dinheiro, mas pelo desejo de descobrir e contribuir para o conhecimento de todos. Esta viagem busca não apenas desvendar os segredos do oceano, mas também promover uma conexão mais profunda com o nosso próprio meio ambiente.