Denúncia de golpe contra Volvé e Prex: Como operam as financeiras que duplicam cobranças e esvaziam contas

por 1º de setembro de 2025

Um cidadão uruguaio apresentará uma queixa criminal contra a empresa de empréstimos Volvé (operada pela Floder SA) e a administradora do cartão Prex após ser vítima de um esquema que, em essência, constitui um golpe. Segundo seu relato, após contrair um empréstimo com um pagamento inicial de US$ 1.400, ele foi surpreendido por múltiplos débitos: pagamentos duplicados e novas tentativas de cobrança não autorizadas, totalizando quase US$ 1.900 em questão de horas. A reação de ambas as plataformas foi silenciosa.

Essas práticas, longe de serem excepcionais, são cada vez mais comuns entre usuários que recorrem a serviços financeiros digitais . Volvé e Prex se apresentam como ferramentas de inclusão, mas sua operação expõe os clientes a um sistema opaco, com tarifas altíssimas, sobretaxas abusivas e mecanismos de cobrança que beiram — ou até mesmo ultrapassam — os limites legais.

Neste caso, após efetuar um pagamento de sua conta Prex, o usuário descobriu que a taxa havia sido cobrada duas vezes. Longe de oferecer soluções, nem a administradora do cartão nem a instituição financeira assumiram a responsabilidade. Ao mesmo tempo, novas tentativas de débito automático começaram sem justificativa.

A Volvé, que promete empréstimos "sem complicações", cobra taxas anuais acima de 100%. Por exemplo, um empréstimo de US$ 1.000 acaba custando mais de US$ 1.450 em apenas três parcelas. O menor atraso gera taxas que aumentam desproporcionalmente a dívida. E se somarmos a isso um sistema de cobrança automática descontrolado, o resultado é um verdadeiro roubo.

O número de reclamações apresentadas ao Banco Central contra a Floder SA — razão social da Volvé — aumentou de zero em 2020 para nove em 2024. A URSEC também a sancionou por assédio telefônico a pessoas que pediram para não serem contatadas. Um caso grave foi registrado em 2021, no qual um empréstimo foi concedido usando uma identidade falsa.

Soma-se a isso a má reputação da Prex, cujas práticas têm sido repetidamente questionadas por consumidores que sofreram cobranças indevidas, bloqueios e atrasos inexplicáveis. Quando ambas as plataformas falham ao mesmo tempo, o resultado é devastador para o cliente.

Hoje, a vítima desse esquema busca justiça. A queixa criminal que ela apresentará alega fraudes recorrentes, cobranças indevidas e retenção não autorizada de fundos. Esta não é apenas uma queixa individual: é um alerta sobre um sistema financeiro alternativo que está crescendo sem controles suficientes e que afeta particularmente os setores mais vulneráveis ​​da população do país.

Porque quando as fintechs são autorizadas a agir como bancos sem cumprir suas responsabilidades, os direitos dos consumidores ficam nas mãos de algoritmos. E quando os erros não são corrigidos, eles deixam de ser falhas: viram golpes.

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