Demissão de autoridades em Salto: danos a caminhões e piquetes

por 24 de setembro de 2025

Demissão de funcionários em Salto: protestos, denúncias e presença policial

A decisão de demitir quase 300 funcionários municipais gerou polêmica em Salto. Caminhões de lixo foram detidos, denúncias de agressões foram registradas e um chamado urgente da ADEOMS (Forças de Defesa do Partido dos Trabalhadores) foi emitido.

A manhã começou tensa no Parque Solari, onde um grupo de trabalhadores e demitidos se reuniu para protestar contra a medida da Prefeitura. Uma fila de caminhões de coleta de lixo se formou na Rua Gutiérrez Ruiz, atraindo a atenção de moradores que registraram a cena e postaram nas redes sociais.

Parque Solari e Caminhões de Lixo

Segundo relatos de testemunhas, um motorista relatou ter sido atacado ao tentar entrar em seu veículo. Um vídeo também mostra alguém tentando esvaziar o pneu de um caminhão. Nesse momento, o presidente da ADEOMS, Juan Carlos Gómez , aparece na gravação gesticulando para desencorajar qualquer retaliação contra os veículos.

ADEOMS Jump e chamada pública

O sindicato anunciou uma coletiva de imprensa para hoje, às 17h30, em sua sede, na Brasil 380. A intenção, segundo eles, é se posicionar sobre a demissão dos dirigentes e os incidentes ocorridos nas últimas horas, bem como informá-los sobre os próximos passos.

Polícia de Salto, reclamações e danos

Após relatos de danos e agressões, a polícia chegou ao ponto de encontro e interveio. A prefeitura, por sua vez, apresentou queixa ao Ministério do Trabalho e à Delegacia de Polícia. A presença de viaturas ajudou a evitar que a escalada da violência se transformasse em confrontos maiores.

Contexto político e administrativo

Entre os presentes estavam ex-funcionários municipais que também estão entre os afetados pela decisão. A Prefeitura sustenta que as nomeações diretas da administração anterior foram convertidas em contratos permanentes por meio de um acordo tardio, e por isso decidiu reverter a situação. Por outro lado, os afetados reivindicam estabilidade no emprego e questionam o procedimento.

Manifestação em Salto pela demissão de funcionários acusados ​​de agressões
Manifestação em Salto após a demissão de funcionários municipais, com relatos de agressões durante o protesto.

Impacto nos serviços e na comunidade

O foco do protesto foi o setor Recolección, uma área crucial para as operações diárias da cidade. Até o momento, não houve paralisação generalizada, mas a incerteza persiste. Moradores da região expressaram preocupação com possíveis atrasos nos serviços caso o conflito se agrave.

À medida que a manhã se aproximava do fim, o clima permanecia tenso. Com reclamações constantes, vídeos circulando e uma conferência sindical na pauta, Salto vive um dia em que política, trabalho e segurança se cruzam novamente nas ruas.

O contexto da medida vai além dos incidentes de hoje. A demissão de funcionários em Salto faz parte de uma discussão de longa data sobre a forma como os funcionários são contratados nos municípios uruguaios. Neste caso, a atual administração acredita que os contratos estabelecidos no final do mandato anterior não estavam legalmente garantidos, o que levou à sua imediata reversão.

A ADEOMS, no entanto, tem uma abordagem diferente: o sindicato sustenta que os trabalhadores foram "reféns de decisões políticas" e que as demissões em massa constituem um retrocesso em termos de direitos trabalhistas. Porta-vozes do sindicato afirmaram que não descartam medidas de luta, incluindo greves ou manifestações no centro da cidade.

Na arena política, a oposição local acusou o prefeito de agir com "falta de sensibilidade social" e de criar conflitos desnecessários em meio à crise econômica. O partido no poder, no entanto, apoia a decisão, argumentando que a legalidade e o uso responsável dos recursos públicos devem ser priorizados.

Analistas consultados concordam que uma ação judicial é iminente. Vários dos afetados estão considerando levar o caso à justiça para exigir o reconhecimento de seus contratos. Enquanto isso, a comunidade de Salto está preocupada com a possibilidade de que a tensão afete serviços essenciais, como a coleta de lixo, em um departamento que já enfrenta problemas financeiros e estruturais.

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