O presidente da Frente Ampla, Fernando Pereira , afirmou que, caso sejam confirmadas irregularidades na atuação do líder da ASSE, Leonardo Danza , as medidas cabíveis serão tomadas. Suas declarações foram feitas após a divulgação de uma investigação jornalística que indicou que Danza atende pacientes em seguradoras mútuas em Montevidéu, algo proibido pelo regulamento para membros da diretoria da organização.
"Se houver algo que o impeça de trabalhar, ele não trabalhará. Se houver algo que seja contra a lei ou errado, será mudado. A Frente Ampla governa com a Constituição em suas costas", disse Pereira em entrevista coletiva.
O líder também criticou a oposição, acusando-a de tentar bloquear a administração do partido no poder. "Eles querem nos silenciar. Estão desesperados para nos impedir de governar, para bloquear absolutamente tudo", afirmou.
Investigação jornalística
O programa "Así nos va" ), da rádio Carve, revelou que Danza mantém consultas como clínico geral em duas seguradoras mútuas, apesar de ter recebido um relatório judicial confirmando a compatibilidade de suas funções de professor e consultor. Segundo o veículo, o funcionário visita clínicas ambulatoriais pelo menos duas vezes por semana.
A denúncia provocou forte reação no sistema político. O Partido Colorado , por meio de seu Comitê Executivo Nacional, decidiu exigir a renúncia de Danza. O senador Andrés Ojeda sustentou que não bastava que ele deixasse a seguradora mútua e exigiu que, caso não renunciasse voluntariamente, o presidente Yamandú Orsi o destituísse do cargo.
Reações cruzadas
Enquanto isso, o secretário presidencial Álvaro Delgado foi categórico: "Enquanto isso for verdade, ele não pode permanecer no cargo nem mais um minuto".
A controvérsia criou um clima de tensão política. O partido no poder insiste em aguardar a apuração dos fatos, enquanto a oposição aumenta a pressão pública para finalizar a renúncia do presidente da ASSE.