Crise financeira da AUF: seu presidente é acusado de irregularidades contábeis
O promotor de Crimes Econômicos Gilberto Rodríguez formalizou as acusações contra Ignacio Alonso, presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), nesta sexta-feira, após receber um relatório contábil detalhando a delicada situação financeira da instituição. A investigação teve origem em duas denúncias: uma apresentada por 13 clubes filiados e outra por diretores do Banco República, ambas por atos que aparentavam ser criminosos.
Os clubes apontam discrepâncias entre os balanços da CONMEBOL e da AUF desde 2019, que, segundo eles, afetam os ativos da entidade. A acusação inclui suposta falsificação de demonstrações financeiras e omissão de dados importantes, resultando em um prejuízo estimado em US$ 25 milhões.
Ao mesmo tempo, o relatório revela um aumento exponencial nas despesas operacionais nos últimos quatro anos. A seleção uruguaia registrou um aumento de 119% nos custos, enquanto patrocínios e marketing cresceram 120%. Itens como honorários de escritório e honorários profissionais aumentaram as despesas operacionais US$ 20 milhões, sem aumento correspondente na receita, o que aprofundou a dívida.
O Banco República e a classificação de risco
A crise também afetou o relacionamento com o Banco República, principal financiador da AUF. A instituição chegou a congelar a linha de crédito e classificar a associação como devedora de categoria quatro, o que implica em comprometimento da capacidade de pagamento. O crédito foi restabelecido após a apresentação dos balanços, embora a medida tenha causado divergências na diretoria do banco.
Auditoria e colapso de ativos
Uma auditoria da consultoria Grant Thornton, disponível em nosso relatório especial, expõe a magnitude da deterioração: os ativos da AUF caíram de US$ 6,7 milhões em dezembro de 2022 para apenas US$ 668.000 um ano depois, uma queda de 90%.