Colômbia.- AMP.- Petro afirma que o ataque ao senador Miguel Uribe não teve motivação política.

por 18 de agosto de 2025

O presidente colombiano acusa o pai de Uribe de querer se apropriar do "legado" político do filho.

MADRI, 18 (EUROPA PRESS)

O presidente colombiano Gustavo Petro afirmou que o ataque que matou o senador Miguel Uribe dois meses após ter ocorrido não teve motivação política, depois que o ex-presidente Álvaro Uribe sugeriu novamente em uma entrevista recente o envolvimento do governo no ataque.

"Nem o deputado Triana nem o senador Uribe Turbay foram agredidos por motivos políticos. Diga a verdade a si mesmo e à Colômbia", escreveu Petro em X, referindo-se também ao ataque sofrido há poucos dias pelo deputado opositor Julio César Triana, enquanto passava por Huila.

"Defender posições e dizer a verdade não é uma vergonha. Não tente me silenciar; você vem tentando há décadas", repreendeu o presidente colombiano a Uribe, lembrando-lhe que foi ele quem o acusou de ser um "terrorista" e um "assassino de aluguel", com a cumplicidade de seus "comparsas" nos Estados Unidos.

Nesse sentido, ele pediu a Uribe, recentemente condenado a doze anos de prisão domiciliar por fraude processual e corrupção de testemunhas, que pare de "espalhar ódio" e garanta a "convivência" da sociedade colombiana.

Petro responde assim às recentes declarações do ex-presidente colombiano, que acusou o governo de instigar o atentado contra Uribe com dezenas de mensagens que se tornaram "convites, ao menos implícitos, para que os criminosos procedessem como agiram".

Uribe, a quem o ex-presidente havia se referido como um "mártir", morreu em 11 de agosto, após dois meses internado no hospital após ser baleado durante um evento em Bogotá. Isso trouxe de volta à sociedade colombiana as memórias dos piores anos de violência política que assolaram o país.

CRÍTICAS AO PAI DO SENADOR URIBE

Da mesma forma, o presidente colombiano usou as mídias sociais para acusar o pai do senador Uribe, Miguel Uribe Londoño, de tentar usar o "legado" político do filho para fins eleitorais antes das eleições presidenciais de 2026.

"O legado de um filho não é administrado pelo pai. Eles ainda não sabem que estamos deixando a monarquia para trás e agora estamos em uma república?", retrucou Petro, depois que Uribe Londoño disse ao ex-presidente Álvaro Uribe que poderia contar com esse legado para vencer as eleições e "salvar a Colômbia".

Uribe Londoño estava respondendo à "grande coalizão" que o ex-presidente colombiano propôs ao seu partido, o Centro Democrático — do qual o falecido senador também fazia parte — para as eleições do ano que vem.

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