A deputada de Bolsonaro, Carmen Zambelli, foi condenada a cinco anos de prisão por porte ilegal de armas e coação ilegal.

por 23 de agosto de 2025

MADRI, 23 (EUROPA PRESS)

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta sexta-feira a deputada Carmen Zambelli, de Bolsonaro, a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e coação ilegal com uso de arma de fogo, em um incidente ocorrido às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Zambelli sacou uma arma e perseguiu um jornalista após uma discussão verbal durante um evento político em São Paulo.

A decisão, proferida virtualmente, foi aprovada por maioria de nove votos a dois, embora a sentença ainda não seja definitiva, pois Zambelli pode recorrer ao próprio Supremo Tribunal Federal.

Os dois juízes que se opuseram à decisão, Nunes Marques e André Mendonça, propuseram a absolvição da acusação de porte ilegal de arma. Marques também solicitou a reclassificação do crime de coação, reduzindo-o à categoria de exercício arbitrário da vontade, o que anularia a condenação. Por sua vez, Mendonça defendeu uma pena de oito meses de prisão por coação ilegal, segundo a Agência Brasil de Notícias.

O advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, manifestou sua "profunda discordância" com os juízes do STF e a "surpresa" de seu cliente com a condenação, que será "firmemente contestada", pois Pagnozzi acredita que ela viola alguns princípios básicos do devido processo legal.

"A deputada reafirma sua inocência e afirma ser vítima de perseguição política, justamente às vésperas de seu pedido de extradição, em um julgamento recorde", denunciou o advogado, criticando a decisão como resultado de "uma interpretação extensiva e arbitrária da competência do Supremo Tribunal Federal".

Esta é a segunda condenação que Carmen Zambelli recebe do Supremo Tribunal Federal.

A deputada apoiada por Bolsonaro foi presa no mês passado em Roma, na Itália, enquanto tentava escapar de um mandado de prisão relacionado a outro caso no qual ela foi condenada a 10 anos de prisão por seu envolvimento na invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023.

Zambelli é apontada como a mentora do ataque cibernético que resultou na prisão preventiva do juiz Alexandre de Moraes, em que teve colaboração do hacker Walter Delgatti, autor do crime.

Após fugir para a Itália usando sua dupla nacionalidade, o governo brasileiro solicitou formalmente sua extradição em 11 de junho, processo que foi encaminhado pelo Ministério das Relações Exteriores ao governo italiano. No entanto, a deputada pretende — sob sua dupla nacionalidade — permanecer no país europeu, para onde chegou dos Estados Unidos após cruzar a fronteira brasileira com a Argentina.

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