MADRI, 18 (EUROPA PRESS)
A junta militar que governa Mianmar desde o golpe de estado de fevereiro de 2021 marcou a data das eleições para 28 de dezembro nesta segunda-feira, apesar da guerra e depois de mais de um ano adiando as eleições.
A Comissão Eleitoral da União Europeia indicou que as eleições permitirão a seleção da composição do Parlamento e das autoridades locais, em eleições que já descreveu como "democráticas", segundo um comunicado. No entanto, a oposição continua a insistir na necessidade de boicotá-las.
A decisão foi tomada logo após o líder da junta, Min Aung Hlaing, se declarar presidente interino do país no final de julho e anunciar a possibilidade de realizar essas eleições, uma medida que marca uma mudança significativa na liderança birmanesa.
Embora a reforma introduzida altere a estrutura da junta, ela constitui uma tentativa de Hlaing de apertar o controle militar sobre o processo eleitoral para fortalecer o papel do exército na política birmanesa, como alegam os críticos.
O próprio Hlaing, que busca maior apoio internacional, afirmou que as eleições "devem ser realizadas", apesar do fato de milhares de pessoas terem morrido desde o golpe no país asiático.
Os críticos continuam a denunciar o Exército pelas violações e abusos cometidos e alertam que este processo eleitoral será uma "fraude" e visa apenas "manter o poder" da atual liderança militar. Por isso, insistem na importância de implementar medidas para garantir que este processo seja realizado "com sucesso".