O ataque à promotora Mónica Ferrero colocou mais uma vez em questão a segurança dos funcionários judiciais no Uruguai.
O ataque à promotora Mónica Ferrero foi o foco da coletiva de imprensa realizada neste domingo pelo ministro do Interior, Carlos Negro . O ataque ocorreu por volta das 5h da manhã e deu origem a uma grande operação policial.
Negro expressou apoio ao Procurador do Supremo Tribunal Federal e garantiu que a investigação judicial prosseguirá ininterruptamente. "Este tipo de ação, com a qual a Dra. Ferrero está familiarizada por sua experiência na área de narcóticos e nas estratégias utilizadas por grupos criminosos, não mudará em nada a atuação do Ministério Público, do Ministério Público ou da Polícia Nacional", afirmou.
Primeiras prisões após o ataque
O ministro confirmou que a polícia prendeu dois suspeitos diretos: um homem e uma mulher. Ele explicou que há evidências que os ligam ao ataque. "Eles já começaram a cair. Não são os únicos, nem serão os últimos a cair", alertou.
Negro explicou que o incidente apresenta características semelhantes a ataques anteriores contra instituições e autoridades ligadas ao combate ao narcotráfico. Entre eles, mencionou ataques contra a Direção-Geral de Repressão ao Tráfico Ilícito de Drogas e contra o ex-diretor do Instituto Nacional de Reabilitação, Luis Eduardo Mendoza.
Contexto e antecedentes recentes
O funcionário também lembrou que, há menos de dois meses, foram apreendidos 2.200 quilos de cocaína, uma operação avaliada em quase US$ 15 milhões no Uruguai e mais de US$ 70 milhões nos mercados internacionais para onde foi destinada. Nesse contexto, ele sustentou que os ataques são uma resposta à pressão que o combate ao narcotráfico exerce sobre as organizações criminosas.
Negro afirmou que, ao tomar conhecimento do ataque à Promotora Mónica Ferrero, contatou imediatamente a promotora e o Presidente da República, Yamandú Orsi. Também participou de reuniões com a Subsecretária Gabriela Valverde, o Diretor da Polícia Nacional, José Azambuya, o Diretor de Investigações, Julio Sena, e o Diretor de Ciências Forenses, Jhony Silva.
Investigação em andamento
O ministro anunciou que o caso será conduzido pela promotora Angelita Romano, que ficará responsável pela investigação judicial. "Várias linhas de trabalho estão sendo acompanhadas e nenhuma hipótese foi descartada", explicou.
prioridade do Ministério do Interior é garantir a segurança da Promotora e de sua comitiva, além de colaborar diretamente com o Ministério Público na coleta de provas.
O incidente se soma a uma série de eventos que têm alertado as autoridades sobre a escalada da violência relacionada às drogas no Uruguai . O ministro reiterou que, apesar da gravidade do ataque, as instituições do país não serão derrotadas.
Segundo o Ministro Negro, o ataque ao Promotor de Justiça confirma padrões de crime organizado.
O ataque à promotora Mónica Ferrero reacendeu o debate sobre a segurança dos funcionários do Judiciário no Uruguai. Há anos, diversas associações de magistrados alertam para o crescente risco enfrentado por promotores e juízes que investigam crimes de tráfico de drogas. A necessidade de fortalecer a proteção pessoal e de suas famílias, bem como de aprimorar os protocolos de custódia em suas residências e locais de trabalho, tem sido repetidamente levantada.
Especialistas em segurança apontam que ataques desse tipo buscam gerar um efeito intimidador que vai além da pessoa diretamente afetada. O objetivo é enviar uma mensagem ao sistema judiciário como um todo, buscando semear o medo e influenciar decisões futuras. Diante desse cenário, diversos atores políticos concordam com a necessidade urgente de fortalecer a cooperação entre o Ministério Público, a Polícia e o Poder Executivo. A reivindicação comum é que os processos judiciais prossigam e que os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor legal.