O que se sabe sobre o assassinato das crianças Soriano e as falhas na proteção?
A busca terminou da pior maneira possível: a polícia e as equipes de resgate localizaram um carro submerso no Riacho Don Esteban contendo os corpos do homem procurado e dos dois menores que ele havia levado da casa da ex-companheira. A sequência de eventos — desde o relato inicial até a descoberta do veículo — levantou diversas questões sobre a rapidez e a coordenação dos protocolos de proteção. As autoridades transferiram os corpos para exames forenses, que devem determinar a causa exata da morte.
Segundo o relato oficial, o agressor deixou o canteiro de obras onde trabalhava quando uma greve parcial foi declarada, retornou para casa e lá ocorreu o incidente violento que levou ao sequestro das crianças. A mãe imediatamente apresentou queixa e foram iniciadas operações de busca, abrangendo estradas e pontos de fronteira na área. Apesar do deslocamento — que incluiu patrulhas terrestres, drones e, em seguida, mergulhadores —, o suposto agressor conseguiu percorrer vários quilômetros antes do fechamento do bloqueio.
Os investigadores reconstruíram a rota do veículo usando registros de pedágio, câmeras e rastros em estradas de terra que terminavam perto do riacho. A baixa temperatura da água e a forte correnteza complicaram o trabalho das equipes subaquáticas; por fim, o barco de mergulho localizou o carro a vários metros de profundidade. Após a remoção, as mortes dos dois menores e do homem foram confirmadas; o Ministério Público já ordenou autópsias e medidas para avançar na investigação.
O caso foi inicialmente classificado como violência vicária, termo que descreve situações em que agressores usam crianças para prejudicar a mãe. Esse arcabouço legal orienta não apenas a investigação criminal, mas também a avaliação de possíveis falhas anteriores na proteção da vítima. Especialistas enfatizam que a violência vicária requer intervenção imediata e coordenada entre a polícia, o sistema judiciário e os serviços sociais.
Ao mesmo tempo, surgiram questionamentos públicos sobre a falta de dispositivos eletrônicos ou medidas preventivas eficazes contra o agressor, apesar de denúncias anteriores. Fontes oficiais explicaram que a instalação de dispositivos de monitoramento depende de decisões judiciais e da tramitação de processos criminais; no entanto, o episódio suscita apelos pela necessidade de agilizar esses processos. Organizações de direitos das mulheres e das crianças pedem uma revisão de prazos e mecanismos para evitar interrupções temporárias.
A operação de busca contou com mais de 300 militares de vários departamentos e apoio da Marinha para trabalhos subaquáticos, segundo as autoridades. A perícia técnica agora terá que confirmar o resultado final: se o incidente foi um homicídio seguido de suicídio ou se a sequência apresenta nuances diferentes. O Ministério Público anunciou que conduzirá uma investigação completa e divulgará os resultados à medida que a investigação avançar.
A convulsão social levou a protestos e demandas por processos de proteção mais rápidos: moradores, grupos e lideranças locais exigiram esclarecimentos e mudanças. Para especialistas em violência de gênero, o caso destaca a necessidade de protocolos mais proativos que priorizem o risco quando há relatos anteriores. Eles também ressaltam a necessidade urgente de treinar equipes judiciais e policiais para avaliar sinais de perigo iminente.
Por ora, as autoridades reiteram que os protocolos atuais foram aplicados e que as medidas foram tomadas o mais rápido possível, mas a sociedade exige respostas e medidas concretas para garantir que tragédias como essa não se repitam. O equilíbrio entre garantias processuais e proteção urgente permanecerá no centro do debate, à medida que exames forenses e processos judiciais fornecerem provas definitivas.