Alexandro Infante perante os tribunais: entrega e situação processual em Maldonado
O ex-presidente do Conselho Departamental de Maldonado, Alexandro Infante, compareceu ao tribunal local na tarde de segunda-feira, acompanhado da esposa e do advogado de defesa. Sua audiência ocorreu dias depois de ele ter deixado o país rumo à Argentina, poucas horas antes de uma audiência na qual seria acusado de supostas irregularidades. Fontes policiais consultadas por este jornal confirmaram a rendição e indicaram que o ex-vereador estava detido aguardando o julgamento formal das acusações.
A Promotoria de Maldonado, chefiada por Jorge Vaz, solicitou a indiciamento de Infante, juntamente com outros dois ex-presidentes da Junta, por suposta fraude e falsificação ideológica. Segundo a investigação, mais de US$ 1,3 milhão teriam sido pagos por obras de reparo que não constavam na documentação oficial. Parte desses fundos foi parar em uma conta vinculada ao filho de um dos ex-vereadores, que afirmou ter transferido o dinheiro para o pai.
Na quarta-feira passada, quando as audiências iniciais foram realizadas, Infante não compareceu, e o tribunal ordenou sua prisão. Relatórios da Imigração e da polícia indicam que o político viajou para Buenos Aires no início da manhã, o que levou as autoridades a solicitarem urgentemente sua localização. A Delegacia de Polícia de Maldonado recebeu o mandado de prisão e posteriormente confirmou sua saída do país após a travessia por mar.
Nesta segunda-feira, a entrega voluntária do ex-funcionário ocorreu no Centro de Justiça de Maldonado, onde ele foi colocado à disposição do tribunal correspondente. Lá, aguarda-se uma nova audiência para que o tribunal formalize as acusações e decida sobre as medidas cautelares . Os advogados dos réus sustentam que o devido processo legal deve ser respeitado e que a defesa avaliará cada etapa com base nas provas.
O caso, que já envolve outros ex-vereadores, colocou a gestão de compras e contratações do Conselho Departamental sob escrutínio. Documentos preliminares coletados pelo Ministério Público tentam reconstruir pagamentos e ordens de serviço e apurar responsabilidade administrativa e criminal. Para os promotores, inconsistências na documentação e nas transações bancárias justificam uma investigação mais aprofundada.
À medida que a investigação avança , o cenário político departamental permanece tenso: setores do partido no poder exigem transparência e explicações, e os cidadãos exigem respostas claras sobre o uso de recursos públicos. As próximas audiências serão cruciais para determinar a situação jurídica de Infante e dos demais réus, bem como para determinar se um processo criminal mais amplo pode ser aberto.