A União dos Sindicatos critica a UE por não ter alcançado nenhum produto com tarifa zero no acordo com os EUA.

por 22 de agosto de 2025

Ele considera que isso constitui "uma clara rendição política à pressão dos EUA".

MADRI, 22 (EUROPA PRESS)

Em nota, o Sindicato dos Agricultores e Pecuaristas (UNFAA) lamentou a formalização do acordo tarifário entre a União Europeia e os Estados Unidos "sem incluir nenhum produto sensível do setor como exceção tarifária", o que constitui "uma clara rendição política à pressão norte-americana".

A organização agrícola enfatizou que o acordo apresentado ontem — que consolida a imposição de uma tarifa de 15% sobre as exportações agrícolas europeias — facilitará a entrada no mercado europeu de uma "ampla variedade" de produtos agrícolas americanos, como nozes, laticínios, frutas e vegetais e carne suína.

"Isso significará uma maior concorrência para os produtores nacionais, particularmente no caso de nozes e, especialmente, amêndoas, das quais a Espanha já é o maior importador europeu, com quase um terço das amêndoas que a UE compra dos Estados Unidos", enfatizou a União dos Sindicatos.

A organização agrícola também explicou que setores estratégicos como vinho e azeite de oliva, "pilares das exportações agroalimentares espanholas", estão sujeitos à tarifa de 15% "sem qualquer alívio".

Para a Espanha, o impacto é considerável em ambos os setores. No caso do vinho, o acordo ameaça conter a expansão significativa (cerca de 30%) que as exportações espanholas para os Estados Unidos experimentaram no ano passado. Em relação ao azeite de oliva, não se pode ignorar que essa produção representa quase 30% das exportações agrícolas espanholas para os EUA, e a tarifa imposta pode restringir significativamente esse mercado. Isso também dependerá do acordo tarifário que os Estados Unidos chegarem com outros países produtores de azeite de oliva", observou a Unión de Uniones.

Para a Unión de Uniones, o acordo "não é bilateralmente equilibrado". "A Comissão Europeia não incluiu nenhum produto agrícola europeu na lista 'NMF-only' (tarifas zero ou quase zero), embora alguns deles, como o próprio azeite de oliva, não concorram significativamente com o setor agrícola americano", acrescentou a organização.

ENCONTRO COM O MINISTRO DA ECONOMIA

Por outro lado, a Unión de Uniones expressou sua "preocupação" com o possível desmantelamento da regulamentação de desmatamento para exportadores dos EUA, pois impõe um "risco insignificante" de desmatamento aos produtores americanos.

"É incrível fazer essa concessão enquanto os pecuaristas europeus vão ter que lutar para cumprir essa regulamentação em nossas fazendas", criticou a União dos Sindicatos, afirmando que é "mais um exemplo de como a Comissão Europeia continua a pressionar seus produtores em comparação com seus concorrentes em países terceiros".

A Unión de Uniones afirmou que "algo semelhante pode ser dito" sobre as negociações que serão abertas em relação às barreiras relacionadas às condições sanitárias e fitossanitárias, sobre as quais considera "inaceitável" qualquer licenciamento ou flexibilização de padrões aplicáveis ​​na UE para a entrada de produtos dos Estados Unidos.

Por sua vez, a organização agrícola continua exigindo que a União Europeia implemente uma política comercial que proteja seu modelo de produção — "o mais ético do mundo" —, avalie as consequências deste acordo sobre os produtos afetados e implemente medidas para "neutralizar os impactos negativos sobre os setores vulneráveis".

A Unión de Unions anunciou que realizará uma reunião no dia 26 de agosto, juntamente com outras organizações, com o Ministro da Economia, Comércio e Negócios, Carlos Cuerpo, sobre a declaração conjunta entre os Estados Unidos e a União Europeia.

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