A Comissão Eleitoral Síria relegou Suwayda e as regiões curdas para as próximas eleições legislativas.

por 23 de agosto de 2025
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MADRI, 23 (EUROPA PRESS)

A Comissão Suprema para Eleições da Assembleia Popular Síria propôs o adiamento das eleições legislativas programadas para setembro nas regiões de Suwayda — após conflitos entre milícias drusas e beduínas — e em Rojava, a região do Curdistão sírio controlada pelas milícias curdo-árabes das Forças Democráticas Sírias (SDF).

Um porta-voz do órgão eleitoral confirmou que a votação não ocorrerá nessas duas áreas em declarações à emissora de televisão curda iraquiana Rudaw, e a televisão síria também confirmou essa informação.

Especificamente, a Syria TV cita um documento oficial da Comissão que planeja adiar as eleições em Suwayda, Hasaka e Raqqa — governadas pela Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria (AANES) — por razões de segurança. O porta-voz da Comissão, Nawar Najma, explicou à Syria TV que esse adiamento visa garantir uma "representação justa" dessas três províncias e, portanto, as cadeiras correspondentes serão reservadas até a votação.

A Comissão tomou a decisão de garantir "que existam condições apropriadas e um ambiente seguro" para o processo eleitoral, observou Najma.

A nova legislação eleitoral proíbe ex-ministros e governadores do regime do presidente deposto Bashar al-Assad, tornando-os inelegíveis para concorrer ao parlamento. "O sistema eleitoral provisório proíbe candidatos que defendam a divisão, a secessão e busquem apoio externo, bem como simpatizantes do antigo regime", de acordo com os regulamentos.

A nova Assembleia Popular terá 210 membros, dois terços eleitos de acordo com os novos regulamentos e um terço alocado às diversas províncias com base em sua população. A votação está marcada para 15 a 20 de setembro.

As relações entre o governo de Damasco e as autoridades do nordeste da Síria deterioraram-se significativamente nas últimas semanas. Em 9 de agosto, o governo sírio anunciou que não participaria das negociações planejadas em Paris com as FDS, após denunciar o surgimento de um processo paralelo às suas negociações de integração nacional.

Esse processo ficou evidente na chamada Conferência de Al-Hasakah daquela semana, onde as FDS participaram juntamente com 400 figuras políticas e religiosas, líderes tribais de várias regiões da Síria e representantes da AANES. Os participantes defenderam a criação de uma nova constituição e um sistema "descentralizado" — uma noção diametralmente oposta às intenções de Damasco.

Neste sábado, um dos negociadores curdos, Sanharib Barsoum, acusou Damasco de fazer esforços secretos para dissolver todas as instituições civis e de segurança da administração autônoma.

Barsoum, chefe do Partido da União Síria, garantiu a Rudaw que a delegação negociadora busca informar todos os setores da sociedade no nordeste da Síria sobre o andamento das negociações, referindo-se à sessão realizada em Hasaka com representantes de organizações da sociedade civil.

Barsoum observou que o que ficou claro durante as rodadas anteriores foi que Damasco "quer dissolver todas as instituições civis, de segurança e militares" na região, enquanto a administração autônoma tem um conceito diferente para integração, baseado na vinculação de instituições com suas contrapartes em Damasco sem dissolvê-las, enfatizando que este é um ponto fundamental e continua sendo uma fonte de disputa.

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