A crise na Venezuela se intensificou significativamente esta semana, com o aumento da movimentação militar estrangeira perto de suas águas territoriais e uma acentuada quebra no apoio diplomático regional. O presidente eleito Edmundo González, apoiado pela líder da oposição María Corina Machado, surge como o próximo presidente em meio à incerteza, enquanto Nicolás Maduro parece cada vez mais isolado.
Uma mudança significativa foi observada na quarta-feira no mapa estratégico do Caribe. Até então, movimentos haviam sido relatados apenas em áreas próximas a Miami e Curaçao. No entanto, nas últimas horas, novas unidades navais começaram a se posicionar na região. Todas as embarcações, segundo relatos, convergirão para um ponto próximo às águas territoriais venezuelanas, sinalizando um nível sem precedentes de pressão internacional.
Além dos navios, dois esquadrões de F-35 foram destacados estrategicamente. Um está estacionado em Bonaire e o outro em Porto Rico. Este tipo de aeronave é usado em operações de pouso e cobertura aérea de alto impacto. Fontes internacionais confirmam que a estrutura de intervenção já está pronta para ativação.
Segundo informações da Reuters, agência reconhecida por seu rigor em questões de segurança internacional, os seis navios e dois submarinos devem entrar formalmente em águas venezuelanas no próximo domingo. As duas formações aéreas de combate também devem entrar em operação no mesmo período.
Diante dessa situação, as dúvidas crescem: trata-se de uma manobra de pressão para forçar uma transição política ordenada ou de uma operação planejada para remover a liderança chavista? Uma resposta oficial ainda não foi dada. A verdade é que os alvos estratégicos incluem não apenas Maduro, mas também Diosdado Cabello e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López. Entre os três, a recompensa pela captura supera em muito a oferecida na época por Osama Bin Laden.
A fragilidade do regime também é evidente a portas fechadas. Diversos relatos indicam que Nicolás Maduro evita dormir duas noites seguidas na mesma residência. Ele se muda constantemente, trocando de casa e quarto com o apoio da inteligência cubana, que considera o Palácio de Miraflores um alvo militar vulnerável no caso de um ataque de precisão lançado do mar.
Ao mesmo tempo, confirmou-se uma perda substancial de apoio regional. Tanto o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva quanto o presidente colombiano Gustavo Petro endureceram sua postura em relação ao governo Maduro. Nas palavras de Celso Amorim, principal assessor internacional de Lula, "o Brasil nunca reconheceu Maduro como um líder legítimo, pois os documentos necessários nunca foram apresentados".
Na Colômbia, o distanciamento também é avassalador. Petro denunciou a presença de ex-combatentes protegidos pelo chavismo em seu território, afirmando que os grupos armados que operam em seu país "não respondem ao seu governo, mas ao de Caracas". Essas declarações foram interpretadas como um endosso implícito à intervenção internacional.
As ações diplomáticas de Lula e Petro marcam uma mudança drástica na política externa da região. Brasil e Colômbia eram os dois principais vizinhos que mantinham canais abertos com a Venezuela, mas hoje declaram explicitamente que não reconhecem a legitimidade do regime atual.
Por sua vez, a comunidade internacional acompanha de perto os paralelos históricos. O caso de Manuel Noriega, ex-ditador panamenho deposto em 1989 pelas forças americanas, parece ser um precedente direto. Na época, a Operação Causa Justa foi apresentada com uma narrativa semelhante: pressão política, acusações de tráfico de drogas e uma captura final com julgamento em solo americano.
Enquanto isso, a oposição venezuelana fortalece sua posição. Edmundo González foi eleito presidente por ampla margem, mesmo em distritos historicamente redutos do chavismo. María Corina Machado, uma das figuras mais influentes da oposição, liderou a estratégia eleitoral que levou à vitória de González. Ambos preparam uma transição que, no entanto, depende do resultado geopolítico e militar das próximas horas.
As Forças Armadas venezuelanas, outrora a espinha dorsal do chavismo, agora mostram sinais de decadência. A chamada "Cúpula dos Sóis" — nome popularizado pelas insígnias de patente nos uniformes dos generais — é considerada o último núcleo remanescente do regime. Relatos extraoficiais afirmam que vários oficiais de alta patente já solicitaram garantias para deixar o país rumo a Cuba, o principal destino dos ricos exilados chavistas.
Por fim, crescem os rumores sobre possíveis rotas de fuga para a liderança. Um avião da companhia aérea estatal Viaza realizou um voo irregular esta semana: partiu de Caracas, fez vários voos sobre Cuba e retornou sem explicação oficial. Especula-se que possa ser um ensaio de evacuação ou um teste logístico para futuras transferências.
Nesse contexto, o destino da Venezuela pode ser decidido em questão de dias. A combinação de pressão militar, isolamento diplomático e fragilidade interna cria um cenário crítico. A incerteza domina o cenário, enquanto o povo venezuelano espera uma resolução pacífica para o conflito.