O.Próximo.- A ONU denuncia mais de 50 ataques a prédios residenciais e bairros inteiros na Cidade de Gaza.

por 21 de agosto de 2025

"A destruição sistemática de Gaza já está em andamento", diz a organização.

MADRI, 21 (EUROPA PRESS)

As Nações Unidas denunciaram na quarta-feira a ocupação contínua da Cidade de Gaza pelas autoridades israelenses, acusando-as de realizar mais de 50 ataques contra prédios residenciais e quarteirões inteiros da cidade, matando quase 100 palestinos, desde 8 de agosto, quando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou seu plano de tomar a principal cidade do enclave.

O Gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados denunciou em um comunicado que, desde aquela data, as Forças de Defesa de Israel (IDF) realizaram "54 ataques contra prédios residenciais e bairros inteiros na Cidade de Gaza, que (...) causaram a morte de pelo menos 87 palestinos, incluindo pelo menos 25 crianças, 24 homens e 12 mulheres".

"Famílias inteiras morreram juntas nesses ataques", lamentou a agência, relatando também "ataques a abrigos para deslocados internos, incluindo tendas e escolas, que resultaram na morte de pelo menos 14 palestinos".

O Alto Comissário alertou que "a destruição sistemática da Cidade de Gaza já está em andamento", depois que o exército israelense intensificou o bombardeio de vários locais no leste e sul do município de Gaza, particularmente no bairro de Zeitun, onde causou "um alto número de vítimas civis e a destruição em larga escala de prédios residenciais e instalações públicas".

"Centenas de famílias foram forçadas a fugir, incluindo muitas crianças, pessoas com deficiência e idosos, sem ter para onde ir, em meio a condições humanitárias desesperadoras. Enquanto isso, outras permanecem presas, completamente privadas de comida, água e remédios", disse ele.

Assim, ele lembrou a Israel que "como potência ocupante, não deve destruir objetos civis, a menos que tal destruição seja necessária devido a operações militares", embora tenha considerado que, no caso da Cidade de Gaza, "não parece" que as forças israelenses estejam agindo por "necessidade militar imperativa".

Ao mesmo tempo, ele reiterou que "o deslocamento em massa não atende aos requisitos rigorosos do Direito Internacional Humanitário", referindo-se às tentativas do exército israelense de forçar os palestinos a se mudarem — mais uma vez — para Al Mawasi, no oeste de Khan Yunis, e alertou sobre possíveis "violações graves da Quarta Convenção de Genebra".

"Considerando esse risco iminente, os Estados Partes das Convenções de Genebra têm a obrigação urgente de exercer pressão máxima sobre Israel para interromper imediatamente esta ofensiva, que corre o risco de desencadear uma crise humanitária sem precedentes e potencialmente fatal, além de extinguir permanentemente a presença palestina na grande área urbana de Gaza", conclui a declaração.

Não perca