Infosalus.- Foram identificados dois biomarcadores que podem melhorar o diagnóstico de uma infecção hepática relacionada ao câncer biliar.

por 18 de agosto de 2025

MADRI, 18 (EUROPA PRESS)

Uma equipe de pesquisadores internacionais, incluindo o Centro Nacional de Microbiologia (CNM) do Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII), identificou dois biomarcadores que podem facilitar o diagnóstico de opistorquíase, uma infecção hepática associada a um risco aumentado de desenvolvimento de colangiocarcinoma, um tipo de câncer biliar.

O trabalho, publicado na revista Nature Communications, teve como objetivo desenvolver testes rápidos de diagnóstico no local de atendimento (PoC) para infecção pelo parasita Opisthorchis viverrini, amplamente presente no Sudeste Asiático, particularmente em países como Tailândia, Laos e Camboja, e que pode infectar humanos por meio do consumo de peixe cru ou malpassado.

O desenvolvimento de ferramentas como o pioneiro microarray proteômico, um chip capaz de analisar diverso material biológico a partir do secretoma do parasita, permitiu avaliar a resposta de diferentes anticorpos nos soros de pacientes infectados por esse parasita nesses países.

As análises proteômicas realizadas permitiram a identificação de nove antígenos candidatos para melhoria diagnóstica, incluindo uma protease catepsina C e uma enzima IDH dependente de NADP, que demonstraram sensibilidade e especificidade de mais de 80%, superiores aos métodos diagnósticos convencionais.

O pesquisador do CNM-ISCIII, Javier Sotillo, enfatizou que essas ferramentas de diagnóstico rápido e padronizadas "podem transformar a vigilância" desse verme do fígado em áreas endêmicas do Sudeste Asiático.

Assim, ele observou que eles permitirão a detecção tanto de infecções ativas quanto de casos de colangiocarcinoma em estágios iniciais, o que representaria uma "inovação crucial" para melhorar o manejo, o controle e a prevenção dessa doença "altamente fatal".

Por essa razão, os autores do estudo, liderados por pesquisadores tailandeses, americanos e australianos, explicaram que esses dois biomarcadores podem ser a base para a criação de novos testes sorodiagnósticos tanto para a infecção mencionada quanto para o câncer associado a ela, e defenderam uma avaliação "completa" do assunto.

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